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O último oficial nazi, Sommer, escapa à justiça porque tem “demência profunda”

Ao fim de 70 anos, o último oficial nazi responsável pelo massacre da aldeia de Sant’Anna di Stazzema, em Itália, escapou de vez à justiça alemã. Gerhard Sommer, acusado de matar 560 civis e que está quase a fazer 94 anos, não pode ser julgado porque tem “demência profunda”.

Foi a 12 de agosto de 1944 que os soldados da 16.ª divisão da Reichsführer-SS,a infantaria mecanizada da Alemanha nazi, ‘limpou’ a aldeia italiana de Sant’Anna di Stazzema do mapa, tendo para esse efeito exterminado 560 civis, dos quais 107 eram crianças com menos de 14 anos.

Hoje, a Alemanha anunciou que desistiu das queixas contra o único militar sobrevivente, Gerhard Sommer, que se resistir até ao próximo vez pode celebrar o 94.º aniversário.

À época, Sommer era um dos oficiais da 16.ª divisão, sendo atualmente o único sobrevivente. Só que a II Guerra Mundial foi há 70 anos e o tempo não perdoa: o soldado nazi chegou ao inverno da vida com “demência profunda”.

“A análise deste volumoso dossiê conduziu à conclusão de que o suspeito, se estivesse apto para ser julgado, seria condenado com uma grande probabilidade”, salientou o Ministério Público de Hamburgo, no mesmo comunicado em que anunciou o fim das acusações contra o antigo oficial.

Se fosse a julgamento, Gerhard Sommer deveria ser condenado por 342 homicídios qualificados, no mínimo, segundo as convicções dos magistrados do Ministério Público.

O massacre da aldeia de Sant’Anna di Stazzema é ainda uma ferida aberta em Itália e na Alemanha. Os sistemas judiciais de ambos os países têm sido criticados pela inércia nas investigações, só iniciadas ‘a sério’ com os estudos publicados por vários historiadores durante a década de 90.

Os soldados da 16.ª divisão da Reichsführer-SS só começaram a ser responsabilizados em 2002, quando um inquérito aberto pelo Ministério Público de Estugarda abrangeu 17 sobreviventes.

O tempo fez com que o número de antigos militares fosse baixando, para oito, até que o processo ‘morreu’ em 2012, por alegada falta de provas.

Essa decisão foi anulada, no ano passado, apenas quanto a Gerhard Sommer, uma vez que o tribunal de apelo considerou que, por ser oficial, “não há dúvidas” de que teve conhecimento do massacre da aldeia, perpetrado com lança-chamas e metralhadoras.

Enquanto isto ocorria na justiça alemã, a italiana, através de um tribunal militar de Spezia, condenou Sommer e outros nove oficiais à prisão perpétua, no ano de 2005.

A decisão não teve efeitos porque, mesmo envolvendo dois países da União Europeia, a Alemanha não tem acordos de extradição.

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