A última cerimónia dos Globos de Ouro ficou marcada pelas vestes negras usadas pelas atrizes, como forma de protesto contra o escândalo de assédio sexual que começou com Harvey Weinstein e nunca mais parou. Mas, afinal, o que é assédio sexual?
A história começou no ano passado, com denúncias sobre Harvey Weinstein, mas desde aí as manchetes têm-se multiplicado, com várias personalidades a serem acusadas de condutas impróprias.
A dúvida que se levanta é, antes de todos os episódios já conhecidos, até onde irão surgir história relacionadas e quais serão as suas consequências.
Nesse sentido, urge perceber o que é, afinal, o assédio sexual.
No portal para a Comunidade para a Igualdade no Trabalho e no Emprego é feita uma distinção entre assédio e assédio sexual.
A entidade explica que assédio sexual “é todo o comportamento indesejado de caráter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objetivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador”.
A definição empírica do assunto é condizente com o portal da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que, no seu portal, nota que a vítima é “qualquer pessoa, mulher ou homem, em qualquer posto de trabalho”.
Entre as muitas formas de ser vítima de assédio sexual, a APAV destaca as “observações sugestivas, piadas ou comentários sobre a aparência ou condição sexual”, o envio de “desenhos, fotografias ou imagens da internet, indesejados e de teor sexual” e a promoção de “contactos físico intencional e não solicitado, ou excessivo ou provocar abordagens físicas desnecessárias”, entre outros.
A associação esclarece ainda que isto poderá ter um impacto diferente em várias pessoas, mas o mais comum são “reações como a impressão de estar a viver um pesadelo” e “o sentimento de solidão”.
“As vítimas vêem normalmente a sua saúde, confiança, moral e desempenho profissional afetados”, isto porque o assédio sexual “pode provocar stresse pós-traumático, perda de autoestima, ansiedade, depressão, apatia” e até “conduzir ao suicídio”.
Nesse sentido, a APAV alerta para que, caso seja vítima de alguma destas situações, deve “procurar partilhar com alguém o problema” e “apelar à solidariedade dos colegas de trabalho”.
De acordo com os dados estatísticos da APAV, “12,6 por cento da população ativa em Portugal já sofreu pelo menos uma vez durante a sua vida profissional uma forma de assédio sexual”.
Por fim, é sublinhado que “as mulheres são as principais vítimas de assédio sexual (14,4 por cento) no local de trabalho”.
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