José Sócrates prepara a apresentação do livro “A Confiança no Mundo” e deu uma entrevista ao Expresso onde a obra será o tópico menos interessante. Embora aborde a tortura nas sociedades democráticas, o tema que serviu de tese para o mestrado na faculdade de Sciences Po, em Paris (França), a opinião política do comentador da RTP é que domina a conversa com a jornalista Clara Ferreira Alves.
A entrevista só será publicada no sábado, mas já circula a frase que revela o teor do principal assunto. “Sou o chefe democrático que a direita sempre quis ter”, assumiu-se José Sócrates, ao situar o papel desempenhado pelo ex-líder socialista no espetro político nacional. Na altura em que era primeiro-ministro, várias vozes dentro do PS criticaram o facto do partido se desviar da esquerda, incluindo a do atual líder, António José Seguro.
Mas a entrevista promete ‘fazer estragos’ em vários quadrantes políticos e sociais. Além de abordar a crise da dívida soberana que afetou a zona euro (e Portugal em especial), José Sócrates promete abrir o livro quanto a temas ‘quentes’ como o caso Freeport e a relação que manteve com o ministro das Finanças que pediu o resgate externo, Teixeira dos Santos.
Outra relação pessoal a merecer destaque nas revelações do ex-primeiro-ministro foi a que manteve com a jornalista Fernanda Câncio.
Ao todo, revela o semanário, serão dez páginas dedicadas a José Sócrates e ao livro “A Confiança no Mundo”. A obra, com prefácio do ex-Presidente do Brasil e “o melhor amigo dos tempos da ação política”, Lula da Silva, será apresentada em Lisboa a 23 de outubro.
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