No Catar, uma holandesa alegou ser vítima de violação e acabou na prisão por adultério

Laura foi ontem condenada por um tribunal de Doha, no Catar, a uma pena de um ano de prisão. O crime da holandesa foi… ser vítima de violação. Após ter apresentado queixa, a mulher foi sentenciada por adultério. O alegado violador vai ser castigado com 140 chicotadas.

A jovem de 22 anos, identificada apenas pelo nome Laura e que estava de férias no Catar, foi detida a 14 de maio, após ter apresentado queixa por violação.

Talvez devido à polémica que o caso gerou na comunidade internacional, o tribunal de Doha ‘permitiu’ que a condenação a um ano de prisão, por relações sexuais fora do casamento, fosse convertida no pagamento de uma multa.

Assim que a holandesa pagar os cerca de 732 euros da multa será expulsa do país.

“Faremos tudo para que ela deixe o país o mais cedo possível”, garantiu a embaixadora da Holanda no Qatar, Yvette Burghgraef-van Eechoud, citada pela AFP.

O alegado violador, Omar Abdallah al-Hassan, foi julgado a par da suposta vítima, embora nenhum deles tivesse estado presente na audiência.

O homem, de nacionalidade síria, foi condenado a 100 chicotadas pelo crime de adultério, às quais se somarão 40 chicotadas por consumo de álcool, um crime neste emirado que segue uma estrita lei islâmica.

De acordo com Brian Lokollo, o advogado de Laura, Omar Abdallah al-Hassan drogou e violou a jovem holandesa, que só se apercebeu do que tinha acontecido ao acordar num apartamento desconhecido.