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“Não tinha a perceção que era uma pessoa que tinha entrado na vida dos outros”

Graça Freitas abordou o protagonismo que ganhou desde março, quando a pandemia de covid-19 chegou a Portugal e deixou de ser “uma cidadã anónima”.

A diretora-geral da Saúde, de 63 anos, que sucedeu no cargo a Francisco George a 02 de janeiro de 2018, precisou de “algum tempo” para se aperceber do “mediatismo” que ganhou.

“Levei algum tempo a ter essa perceção porque é tal o turbilhão em que nós vivemos – e os primeiros tempos foram de tal maneira intensos – que isso era mais uma tarefa, mais uma coisa e não havia tempo suficiente para ter a noção dessa exposição”, afirmou o principal rosto da Direção-Geral da Saúde (DGS), em entrevista à Lusa.

Só quando o país entrou em estado de emergência é que Graça Freitas começou a aperceber-se do protagonismo que estava a ganhar, pois vivia em “quarentena” na DGS, a trabalhar até 15 horas por dia.

“Passávamos, 12, 14, 15 horas no local de trabalho. Eu não tinha a perceção exterior que era de facto uma pessoa que tinha entrado na vida dos outros para o bem e para o mal”, frisou.

Quando teve “uns extraordinários minutos livres” para ir à rua fazer a caminhada habitual, Graça Freitas apercebeu-se “que estava muito exposta e que tinha perdido o direito de ser uma cidadã anónima”.

“Foi tão perturbador” que voltou de imediato para casa, continuou: “Foi uma sensação estranha, não estava programada para esse nível de exposição”.

Há mais de meio ano que a diretora-geral da Saúde é presença quase diária na comunicação social, apesar de sempre ter seguido “uma carreira discreta”.

“Não quer dizer que não aparecesse de vez em quando, mas era mais na retaguarda do que na frente. Mas essa foi a primeira fase e depois percebi que não há nada a fazer. Quando não há remédio remediado está. Tinha de ser. Era preciso fazer uma conferência de imprensa por dia, fazia-se. É nessa fase onde ainda estou”, comentou.

O “mediatismo” expôs a médica a críticas “profundamente injustas e algumas mesmo maldosas”.

“Se calhar, magoa mais uma injustiça pontual vinda de alguém que eu considero muito do que um padrão de repetição, a dizer as mesmas coisas, que eu tenho certeza que os próprios sabem que não correspondem exatamente à verdade”, acrescentou.

“Tenho a noção de que vou ficar ligada à pandemia, mas daqui a dois, três, quatro anos teremos outra pandemia e outros atores”, finalizou Graça Freitas.

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