“Não tenho tempo nem forças”, revelou explorador antes de morrer

As últimas palavras no diário online de Henry Worsley resumem o pensamento do explorador que morreu ao tentar ser o primeiro a atravessar a Antártida sozinho: “A minha jornada vai terminar. Não tenho tempo nem forças”.

A aventura solidária de Henry Worsley terminou da pior forma possível. O explorador britânico que angariou mais de 100 mil libras para iniciativas sociais morreu ao tentar ser a primeira pessoa a atravessar sozinha a Antártida.

Dentro da minúscula tenda, Henry Worsley tirou uma última selfie e apontou as derradeiras palavras no diário online que relatava a aventura: “A minha jornada vai terminar. Não tenho tempo nem forças”.

O explorador britânico de 55 anos morreu devido à exaustão e desidratação, agravadas por uma infeção bacteriana.

A menos de 50 quilómetros de alcançar o objetivo, Henry Worsley soube que jamais o iria conseguir: “Esgotei o tempo, as forças e até a simples habilidade de ir colocando um esqui à frente do outro para percorrer a distância que falta. A minha meta é inalcançável. Passei 30 dias sozinho num lugar que adoro. É tempo de lamber as feridas, com o tempo vão curar, e vou acabar por resolver o meu desapontamento”.

O antigo militar tinha definido um percurso pouco superior a 1500 quilómetros para, ao tornar-se na primeira pessoa a atravessar a Antártida sem apoio, chamar a atenção para as várias causas sociais que apoiava.

Ao 71.º dia, Worsley desfaleceu e ainda foi transportado de helicóptero para um hospital chileno. Tinha estado dois dias sem sequer se conseguir mexer, dentro da tenda, e esse tempo foi fatal para o avançar da infeção bacteriana.

Ao longo da aventura, o explorador perdeu mais de 22 quilos de peso.

“É com o coração partido que comunico que o meu marido, Henry Worsley, morreu devido à falência de todos os órgãos, não obstante o esforço dos médicos e de todos os funcionários da Clinica Magallanes em Punta Arenas, no Chile”, revelou a mulher, Joanna, em comunicado.