O ex-primeiro-ministro José Sócrates garantiu hoje que não é possível apontar ao Governo que liderou “qualquer falha que pudesse ser considerada como favorecimento à EDP”, tal como o relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito aponta.
Nas respostas a que a agência Lusa teve acesso e que foram enviadas, por escrito, aos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, José Sócrates deixa claro que, em relação à criação dos CMEC, “tudo se passou” e todas as medidas foram decididas antes do seu executivo tomar posse em março de 2005, pelo que propõe que perguntas sobre este tema deviam ser feitas “aos responsáveis dos governos que, de facto, tomaram essas medidas”.
“O que posso afirmar com segurança é que, de acordo com a investigação que a própria comissão desenvolveu e que está exposta no relatório preliminar, não é possível apontar ao meu governo qualquer falha que pudesse ser considerada como favorecimento à EDP – seja nos CMEC, seja na ‘extensão’ do domínio hídrico, seja no cálculo do montante a receber pelo Estado”, assegurou, mais à frente, em resposta a uma pergunta sobre se sabia que o seu ministro da Economia Manuel Pinho “recebia pagamentos regulares do BES via ‘offshore'”.
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