O guia – que será lançado a 30 de outubro, nas instalações do Museu dos Coches – resulta de um projeto que contou com o apoio da Embaixada dos Emirados Árabes em Lisboa.
Será o primeiro museu português a disponibilizar um guia próprio dedicado aos visitantes do mundo árabe, como sublinhou a diretora, Silvana Bessone, em declarações à agência Lusa.
“O meu sonho foi sempre criar guias do visitante noutras línguas, porque reparei que os visitantes estrangeiros têm muito prazer em encontrar um livro sobre o museu escrito na sua língua materna”, comentou.
Quando o Museu dos Coches foi instalado no novo edifício, em 2015, a diretora criou guias do visitante – que contêm informação em imagem e em texto, incluindo informação sobre a história do museu – em português, francês, inglês e espanhol.
No ano seguinte foi a vez do mandarim ter também o seu guia do visitante, e, este ano, após contactos com a Embaixada dos Emirados Árabes, em Lisboa, foi possível criá-lo em árabe.
Silvana Bessone indicou que o museu teve apoio do embaixador de Portugal na Arábia Saudita, Luís Ferraz, que conseguiu a tradução, e depois os serviços culturais da embaixada dos Emirados, que apoiaram na paginação e patrocinou mil exemplares do livro.
Questionada sobre o número de visitantes que falam árabe, a diretora disse que “vêm sobretudo em grupos, não são muitos, mas é importante disponibilizar este tipo de apoio, que qualquer visitante aprecia”.
“O museu possui os áudio-guias em português e em inglês, mas os visitantes gostam de comprar na loja o guia em livro na sua língua materna, porque é algo especial”, reiterou.
“Eu tenho passado por muitos museus noutros países e sei que é muito raro encontrar estes guias em árabe”, apontou, acrescentando que “acaba por ser, também um contributo do museu para a aproximação entre culturas”.
Silvana Bessone quer estender os guias do Museu dos Coches a outras línguas como o russo e o japonês, que estão nos seus planos futuros.
O novo Museu dos Coches, em Belém, desenhado pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, foi inaugurado em 2015 para colher uma coleção única no mundo de viaturas de gala e de passeio do século XVII ao século XIX.
Na sua maioria, as viaturas antigas – coches, berlindas, carruagens, caleças, ´coupés´, liteiras e cadeirinhas – são provenientes dos bens da coroa ou propriedade particular da Casa Real portuguesa.
Entre as peças encontra-se o “Coche dos Oceanos”, que fez parte, em 1716, da embaixada enviada por D. João V ao papa Clemente XI.
O edifício novo é composto por dois edifícios com quatro pisos, duas salas de exposição permanente, uma sala de exposições temporárias, auditório, serviço educativo, um laboratório, oficinas, zonas técnicas e administrativas.
O museu foi originalmente criado em 1905, pela rainha D. Amélia, para preservar o importante acervo de viaturas da Casa Real no Picadeiro Real, antigas instalações que continuam também abertas ao público.
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