Mulher foi condenada por escravizar e torturar empregada doméstica

Um tribunal de Hong Kong condenou a mulher, Law-Tung Wan, que era acusada de torturar e escravizar a empregada doméstica. A decisão condenatória foi conhecida nesta terça-feira, mas a pena só será divulgada a 27 de fevereiro. A vítima, Erwiana Sulistyaningsih, surgiu em tribunal com uma camisola onde se lia a palavra “justiça”.

Uma mulher de 44 anos foi hoje condenada pelos crimes de tortura e escravidão, tendo como vítima a sua empregada doméstica.

Law-Tung Wan respondia por 20 acusações, sendo que a juíza, Amanda Woodcock, considerou provadas 18. Em causa estavam agressões corporais, ameaças e exigências desumanas.

A vítima, Erwiana Sulistyaningsih – a empregada doméstica de 23 anos compareceu em tribunal com uma camisola que tinha inscrita a palavra “justiça” –, é originária da Indonésia.

A decisão condenatória foi conhecida nesta terça-feira, mas a pena só será divulgada a 27 de fevereiro.

Lei-Tung Wang enfrenta uma moldura penal que pode chegar aos sete anos de prisão. No final da audiência desta terça-feira, foi imediatamente presa.

Erwiana manifestou-se “muito feliz” com a sentença da juíza e revelou que “foi feita justiça”. Numa conferência de imprensa, garantiu que apenas disse a verdade em tribunal.

Também a juíza afirmou que ficou “com a certeza absoluta” de que a vítima “só falou verdade” e que Law-Tung Wan não teve argumentos para contrariar os factos.

Em causa estão torturas, ao longo de meses. A empregada doméstica disse que passou fome e que durante meses apenas foi alimentada com poucas quantidades de pão e arroz.

A privação do sono foi outro método usado pela patroa. Law-Tung Wan também batia na sua empregada, que chegou a ficar inconsciente, em resultado de uma violenta agressão.

Aliás, Erwiana Sulistyaningsih chegou a estar internada durante um mês, em estado grave, na ilha indonésia de Java.

Este caso ganhou grandes proporções e simbolizou a luta contra atos de violência em que as vítimas são trabalhadores domésticos – em Hong Kong, estima-se que haja 300 mil, quase todos oriundos da Indonésia e Filipinas.