“Muito preocupado”: Barroso relaciona crise e resultados das eleições europeias

Os resultados das eleições europeias deixaram Durão Barroso “muito preocupado”. Em vésperas de deixar a Comissão Europeia, o presidente relacionou as “tendências” registadas no sufrágio de ontem com a crise europeia. “É mais fácil mobilizar os eleitores sendo contra”, explicou.

Uma maior fragmentação do Parlamento Europeu, a queda dos partidos mais conservadores e o fortalecimento das forças extremistas – quer à esquerda, como o Syriza na Grécia, quer à direita, como a Frente Nacional em França – foram os principais resultados das eleições para o Parlamento Europeu, tendo deixado o presidente da Comissão Europeia (CE) “muito preocupado”.

A poucos dias de deixar o cargo, que deverá ser ocupado por Jean-Claude Juncker (e que deve obrigar a uma “grande coligação” entre o Partido Popular Europeu e os Socialistas Europeus), Durão Barroso comentou as “tendências” verificadas nas eleições de ontem.

“É mais fácil mobilizar os eleitores sendo contra do que sendo a favor”, avançou o político português, tentando justificar a queda dos partidos do centro. Até porque, depois de contados os votos, torna-se “fácil fazer generalizações”, reforçou.

A austeridade é o principal factor, admitiu Durão, mas não o único. “Já vimos isto antes da crise”, lembrou o ainda presidente da CE, referindo-se ao aumento da extrema-direita (que aumentou em países ricos, como França e Dinamarca, e também nos pobres, com o Aurora Dourada a ser o terceiro mais votado na Grécia).

“São fatores muito complexos, é difícil encontrar um fator que explique” toda a conjuntura, pois não é possível “criar simplificação para uma situação complexa”, argumentou ainda.

Em Sintra, onde participou no fórum do Banco Central Europeu, Durão Barroso relacionou ainda a economia com os resultados nas eleições para o Parlamento Europeu, admitindo que a crise “foi o maior teste de stress de sempre para as instituições europeias”.