A população cabo-verdiana aderiu “em massa” à campanha de solidariedade da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) com Moçambique, tendo contribuído com mais de 45 mil euros e centenas de bens, revelou hoje o presidente da instituição.
Arlindo Carvalho falava aos jornalistas na cidade da Praia, onde decorre o ato central das comemorações do Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, que se assinala hoje.
Sobre a campanha de solidariedade para com a população moçambicana atingida em março pelo ciclone Idai – seguido este mês pelo ciclone Kenneth -, o presidente da CVCV disse que se registou “uma adesão em massa da parte dos cabo-verdianos, mas também das empresas e instituições”.
As várias contas abertas pela instituição nos bancos cabo-verdianos reuniram até ao momento cinco milhões de escudos cabo-verdianos (45.323 euros), enquanto a oferta de bens não tem parado.
“As pessoas estão sempre a ligar e a perguntar para onde podem enviar as coisas”, disse Arlindo Carvalho, especificando que tem sido intensa a oferta de bem como roupa, calçado, eletrodomésticos.
“Há um sentimento de solidariedade muito grande aqui em relação ao sofrimento do povo moçambicano”, frisou.
Além desta campanha, a assistência humanitária prestada por Cabo Verde em Moçambique foi um sucesso, segundo o presidente da CVCV, para quem “o pessoal trabalhou e deixou Cabo Verde bem representado e semeou ali o amor”.
A equipa cabo-verdiana, que chegou a Moçambique no passado dia 18 de abril e ali permaneceu durante duas semanas, era composta por 12 elementos e desenvolveu atividades nas áreas de cardiologia, clínica geral, promoção de saúde, urgência de adulto e crianças com sintomas associados ao ciclone Idai, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral, enfermagem e psicologia.
“Fizeram um grande trabalho reconhecido não só pelas forças no terreno, como a representação do Movimento Internacional da Cruz Vermelho e Crescente Vermelho, a organização dos Médicos no Mundo, mas também as instituições do Estado de Moçambique e outras ali presentes”.
Os resultados positivos desta missão levaram a que tivesse prolongado o tempo em Moçambique e, “agora, estão a insistir no envio de outra equipa”, revelou.
Esta equipa cabo-verdiana – composta por quatro médicos, seis enfermeiros, uma psicóloga e um elemento da proteção civil – foi integrada numa equipa constituída por técnicos da Cruz Vermelha Portuguesa, médicos internacionais e técnicos voluntários daquela localidade.
Moçambique foi pela primeira vez atingido por dois ciclones na mesma época chuvosa (de novembro a abril), depois de em março o ciclone Idai, de categoria três, ter atingido o cento de Moçambique onde provocou 603 mortos.
Entretanto, o ciclone Kenneth provocou, segundo os dados mais recentes das autoridades moçambicanas, 45 vítimas mortais.
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