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Moçambique apresenta Parque da Gorongosa como modelo internacional de gestão

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, declarou, em Nova Iorque, que o Parque da Gorongosa demonstra um “novo modelo de gestão de parques nacionais do século XXI”, numa cerimónia de apresentação internacional.

O chefe de Estado moçambicano disse, frente a uma plateia internacional de cerca de 250 convidados, que, em 12 anos, o Parque da Gorongosa tornou-se um “marco nas vertentes de economia, investigação, formação e desenvolvimento humano”.

A cerimónia de apresentação internacional do projeto de gestão do Parque da Gorongosa, decorreu na quinta-feira em Nova Iorque, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O chefe de Estado disse que a conservação da biodiversidade é uma prioridade para a legislatura do atual governo e apelou à continuação de todos os esforços para a realização da agenda, que tem contribuído para a “restauração da identidade ecológica das paisagens moçambicanas”.

O evento foi realizado no hotel Millenium Hilton, na Praça das Nações Unidas, em frente à sede da ONU e contou com discursos do Presidente da República de Moçambique e de administradores e diretores de várias instituições internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Irish Aid e Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês).

A língua portuguesa foi falada em diferentes dialetos na cerimónia, já que quase todos os oradores agradeceram o convite em português.

A cerimónia durou uma hora e meia e começou com um vídeo de “Hoyo-Hoyo” (boas vindas, na língua changana, outra língua falada em Moçambique).

William Steiger, chefe da USAID, começou o seu discurso com um português brasileiro fluente e, já em inglês, falou do “sucesso” da parceria de mais de dez anos com o governo moçambicano e o Parque da Gorongosa.

O especialista declarou o “orgulho” dos EUA com “a vida selvagem e recuperação de terras”.

Em outubro de 2016, uma contagem aérea de 52 por cento do território encontrou cerca de 78.600 herbívoros de 19 espécies, como piva, pala-pala ou cudo, espécies de antílopes da África.

Num período de menos de um ano, setenta investigadores de mais de 20 universidades moçambicanas e internacionais desenvolveram diversos projetos, dizem informações enviadas pelos organizadores.

“Para nós, globalmente, este é um exemplo de onde a USAID quer estar no futuro”, disse William Steiner, acrescentando que o projeto da Gorongosa inspirou várias iniciativas semelhantes na África.

A mesma posição foi demonstrada pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Jens Frolich Holte, que destacou o sucesso na conservação da vida selvagem e redução da pobreza dos habitantes locais.

Jens Frolich Holte congratulou-se com os “40 anos de boas relações com Moçambique” e disse que a Noruega vai continuar empenhada no projeto ambiental moçambicano: “venho de uma nação que tem uma grande experiência em gerir recursos nacionais de forma sustentável e a longo-prazo”.

“Moçambique é autossuficiente” e tem a capacidade de fazer por si aquilo que atingiu com ajuda de doadores, enfatizou o administrador do PNUD, Achim Steiner.

Os programas de formação oferecidos no Parque da Gorongosa incluem diferentes áreas de conhecimento, como agricultura e plantação do café e de caju, mas existem também diversas atividades extracurriculares, como o Clube das Raparigas, que visa manter as jovens meninas na escola e prevenir casamentos prematuros e gravidezes precoces, financiado pela primeira-dama de Moçambique, Isaura Nyusi.

No plano da formação, o Parque da Gorongosa acolheu este ano um Mestrado em Biologia da Conservação, oferecido a 12 jovens pelo consórcio “BioEducação” e foi suportado pela Fundação Americana Howard Hughes Medical Institute of Science Education (HHMI Science Education) e pelo Fundo de Desenvolvimento Institucional do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional de Moçambique.

No país africano, as áreas de conservação são constituídas por sete parques nacionais e 12 reservas nacionais, 25 por cento do território nacional.

Filipe Nyusi defendeu que “a experiência nacional na conservação da biodiversidade é extremamente importante para o bem-estar económico e social” e que a biodiversidade é recurso chave para o desenvolvimento integral do país.

O trabalho na Gorongosa, depois do conflito civil que destruiu a área, tem conseguido “manter cada vez mais viva a chama do anseio de trazer a humanidade ao seu sentido”, disse o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi.

Lusa

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Etiquetas: ÁfricaMoçambique

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