Categorias: Nas Notícias

Misericórdias em risco de colapso se Governo não pagar dívidas

Há Misericórdias que podem ter de encerrar, se o Governo não saldar as dívidas do Estado. Neste cenário, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, só vê um caminho: “Devolver doentes aos hospitais públicos”.

Asfixiadas, as Misericórdias ameaçam a rutura financeira e algumas não têm dinheiro para suportar despesas com o apoio a doentes. Manuel Lemos já reagiu às palavras do ministro da Saúde, Paulo Macedo, que na passada quarta-feira revelou que o Governo não tem dinheiro para cumprir o pagamento de dívidas.

Segundo o responsável máximo pela União das Misericórdias Portuguesas, “algumas instituições estão em risco de encerrar” e “deixar as pessoas morrer à fome não será a solução”. Manuel Lemos só encontra uma solução. “Os doentes terão de ser devolvidos aos hospitais públicos”, adianta, em entrevista à Lusa.

Estas palavras surgem dias depois de Paulo Macedo, ministro da Saúde, ter assumido que não tem verba para saldar essas dívidas, que fazem parte do acordo estabelecido entre o Estado e estas entidades, ao abrigo do qual prestam serviços nos cuidados continuados. Mas o Estado não está a cumprir.

E este incumprimento pode agravar-se, depois de o titular da pasta da Saúde ter admitido que não dispõe de meios financeiros para pagar as dívidas, nem sequer ter definido um plano para saldar as mesmas.

Nessa entrevista à Lusa, Manuel Lemos lembra que incumprimento e consequente devolução de doentes aos hospitais “terá um custo para os cofres do Estado”. Nesse sentido, diz, “o Governo tem de fazer opções e dizer se quer continuar a contar com as Misericórdias”.

Algumas Misericórdias manifestam dúvidas sobre se o Orçamento de Estado vai prever verbas para a ação social direta. E os seus responsáveis que “é urgente que o Governo disponibilize verbas a instâncias que estão próximas dos problemas”.

As dificuldades em que se encontram os portugueses colocam-nos perante a impossibilidade de enfrentar as exigências das novas medidas de austeridade, que serão aplicadas no próximo ano. Manuel Lemos lembra o fenómenos dos “novos pobres”, pessoas que “estão no limiar da pobreza”, o que pode suscitar um fenómeno social grave.

A União das Misericórdias Portuguesas tem sob a sua alçada mais de 400 Santas Casas. Além de prestar cuidados continuados, presta apoio em organismos do género, em países como Timor, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.

Redação

Partilhar
Publicado por
Redação

Artigos relacionados

Números do Euromilhões de hoje: Chave de sexta-feira, 26 de abril de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 26 de…

há % dias

Alterações climáticas podem tornar-se na principal causa da perda de biodiversidade até 2050

De acordo com um estudo publicado hoje (sexta-feira, 26) na prestigiada revista Science, a biodiversidade global…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de quinta-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

26 de abril, dia de recordar as vítimas de Chernobyl

A 26 de abril de 1986, na Ucrânia (então parte da União Soviética), dá-se o pior…

há % dias

UC coordena projeto europeu direcionado para agricultura digital

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a coordenar um…

há % dias

24 de abril, os gregos entram em Troia escondidos no mítico Cavalo

O dia 24 de abril marca a entrada dos gregos em Troia: os troianos julgam…

há % dias