As recentes notícias da poluição no rio Tejo levaram um ex-ministro do Ambiente a criticar um sucessor, a propósito da “queda dramática” na fiscalização. “Mais do que duplicou”, respondeu o titular da pasta.
O primeiro tiro desta guerra foi disparado por Francisco Nunes Correia, ministro do Ambiente entre 2005 e 2009.
Num congresso sobre o Tejo, o ex-governante criticou a “queda dramática” na fiscalização e monitorização dos rios, acentuada pelas “fragilidades das instituições públicas” com o dever de assegurar a qualidade das águas.
“O que nos preocupa são as deficiências e ineficiências de fundo acumuladas ao longo de muitos anos”, insistiu Francisco Nunes Correia.
João Matos Fernandes, o atual ministro do Ambiente, não gostou de tudo o que ouviu.
Quanto à monitorização da qualidade da água dos rios, “essas queixas fazem todo o sentido”, admitiu o titular da pasta. Sobre a fiscalização, a discordância foi total.
Usando o Tejo como exemplo, João Matos Fernandes afirmou que as estações de controlo passaram de quatro para 14, enquanto as atividades de fiscalização “mais do que duplicaram em dois anos”.
“Hoje conhecemos o rio e, se não o conhecêssemos, não podíamos agir tão depressa e com tanta convicção como fizemos” no caso da poluição do Tejo na zona de Abrantes, denunciada a 24 de janeiro.
O (atual) ministro do Ambiente avançou ainda com valores, frisando que as coimas ambientais passaram dos quatro milhões de euros (em 2015) para mais de 12 milhões em 2017.
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