Teoria polémica está a suscitar reações e contrarreações. Mounia Meslem, ministra da Solidariedade Nacional da Argélia, considera que as funcionárias públicas entreguem os respetivos salários ao Estado, porque os maridos podem garantir o seu sustento.
Em declarações a um jornalista da estação televisiva El Bilad, a ministra que tutela as famílias propôs (como medida de resposta à descida dos preços do petróleo) que as mulheres doem o seu salário ao Estado.
“Defendi que, se for necessário, daremos todo o nosso salário mensal. Falei especialmente das mulheres casadas com membros dos quadros do Estado. Seria um prazer. Não é esse salário que nos faz viver, porque os nossos maridos tratam de nós”, afirmou a governante, quando confrontada com propostas para ajudar o país.
Não tardou até que as palavras de Mounia Meslem gerassem uma onda de repúdio. Sobretudo porque provêm de uma governante que tem a seu cargo as pastas da Família e da Condição da Mulher.
Na Argélia, a declaração é vista como sinal de desconhecimento da realidade do país, uma vez que a maioria das famílias argelinas não poderia abdicar de um salário.
Acresce ainda que, naquele mesmo país, tem sido empreendido um grande esforço, com o objetivo de promover a igualdade entre homens e mulheres.
A Argélia ainda tem em presente na memória as leis da década de 80, que restringem as liberdades da mulher e que são inspiradas no islamismo.
Entretanto, as mulheres emanciparam-se e muitas delas completam o ensino superior. As palavras da ministra não acompanham esta tendência.
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