Os cinco militares que ficaram feridos no incêndio de Mourão “foram largados e abandonados no meio” das chamas, denunciou o vice-presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), Adolfo Clérigo.
Em declarações à TSF, o dirigente – que integra também o Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR – apontou falhas graves ao comando no combate ao incêndio de Mourão, do qual resultaram cinco militares feridos, três deles em estado grave.
“Nunca tinha acontecido um comandante largar ou ‘despejar’ os homens no terreno e não voltar a aparecer”, acusou.
“Eles tiveram de literalmente correr enquanto conseguiram porque ficaram entregues à sua sorte. Foram largados e abandonados no meio do incêndio”.
Adolfo Clérigo exige que o comandante do helicóptero explique “muito bem” as ordens dada aos militares do GIPS, colocados na cabeça do incêndio, contra “todas as práticas”.
“Não é possível colocar os militares em frente ao fogo e ficar à espera dele”, insistiu o militar, com experiência no combate às chamas.
O dirigente da ASPIG realçou ainda que “nunca se desfaz” a ligação do helicóptero com a equipa no terreno para insistir nas críticas à liderança das operações.
“Alguém tem de explicar muito bem o que levou o comandante a abandonar o local”, reforçou Adolfo Clérigo.
A empresa que alugou o helicóptero ao Estado tinha adiantado, à RTP, que a decisão para abandonar o local tinha sido tomada pelo chefe da brigada.
No relatório, o piloto garantiu ter comunicado o avanço do fogo, tendo recebido dos militares no terreno a informação de que pretendiam ficar no terreno para combater o incêndio.
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