Microsoft paga 5,4 milhões pela Nokia, outrora a rainha dos telemóveis

Gigante do software adquire empresa finlandesa, sua parceira há anos no mercado dos smartphones. Steve Ballmer, prestes a sair a Microsoft, diz que negócio vai permitir à empresa norte-americana um crescimento rumo ao topo.

É indiscutivelmente um dos negócios do ano, provavelmente o maior de 2013 no que se refere a grandes empresas de tecnologia e telecomunicações.

A Microsoft confirma esta terça-feira ter adquirido a finlandesa Nokia. Para tal, paga 5,4 mil milhões de euros.

O negócio tem na verdade duas aquisições. Por 3,79 mil milhões, a Microsoft compra toda a produção de telemóveis da Nokia. Os restantes 1,65 mil milhões são referentes a todas as patentes que a finlandesa detém neste mercado.

Microsoft e Nokia são na verdade parceiras há anos, praticamente desde o ‘boom’ dos smartphones. Recorde-se que a companhia finlandesa utiliza o sistema Windows Phone nos seus aparelhos.

Steve Ballmer, ainda CEO da Microsoft (sai no final do ano), vê com bons olhos este negócio e afirma que o mesmo vai permitir à Microsoft um aumento de notoriedade do sistema Windows em todas as plataformas.

14 anos à frente
Em 1998 a Nokia assumiu-se como a grande empresa dos telemóveis, ultrapassando em vendas, nesse ano, a Motorola. Seguiram-se 14 anos de sucesso no topo, com lançamentos de aparelhos que marcaram gerações, em Portugal inclusive.

A partir de 2010 as coisas começaram a correr mal. O ‘boom’ dos smartphones catapultou Apple e Samsung para o topo e seria mesmo a sul-coreana a roubar o primeiro lugar à Nokia na venda mundial de telemóveis, em 2012.

A partir daí foi sempre a descer. Em junho de 2012 a empresa finlandesa anunciava o despedimento de milhares de funcionários (10 mil), assim como a venda da Vertu, sua subsidiária de venda de telemóveis de luxo. A razão? Só em 2011 a empresa tinha apresentado prejuízos na ordem dos 929 milhões de euros, com quedas nas vendas na ordem do 30 por cento nesse ano.

A venda à Microsoft é agora talvez entendida como a tábua de salvação para a companhia finlandesa. O negócio está confirmado, resta saber se a fusão entra as duas empresas conseguirá fazer frente aos poderios de Samsung e Apple no mercado da mobilidade.