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“Mein Kampf”: Dois livros autografados por Hitler valem 47 mil euros em leilão

Dois exemplares do “Mein Kampf” foram ontem leiloados, em Los Angeles, por um valor que superou os 47 mil euros. Os livros, uma primeira e uma segunda edição, tinham a particularidade, rara, de conterem uma dedicatória feita pelo próprio autor: Adolf Hitler.

A arte é subjetiva, mas há gostos difíceis de contextualizar. Duas pessoas compraram um livro autografado por Adolf Hitler por 65 mil dólares, mais de 47 mil euros.

No leilão de ontem à noite, realizado em Los Angeles (EUA) pela Nate D. Sanders Auctions, foram colocados à venda uma primeira edição (1925) e uma segunda (1926) do manifesto escrito pelo ditador alemão.

Onze licitadores disputaram acirradamente os dois exemplares, raros por estarem autografados pelo próprio autor. Hitlet dedicara ambos os livros a a Josef Bauer, um influente membro do partido nazi.

De acordo com a informação fornecida pela casa de leilões, os volumes foram oferecidos em 1925 e em 1926 como prenda de Natal.

O “Mein Kampf” é um livro proibido em muitos países (inclusive em Portugal e na Alemanha) devido ao conteúdo de intolerância política, religiosa e racial.

No mês passado, a obra estava a ser um sucesso de vendas na edição digital, estando nos tops de sites como a Amazon.

O livro sustentou a formação de um regime que viria a dar origem à II Guerra Mundial tem um perigoso simbolismo histórico, de acordo com alguns sociólogos. O regime nazi foi fundado sobre os escombros de uma Europa devastada por uma crise económica e social e com elevados índices de desemprego.

A combinação destes fatores favoreceu os movimentos nacionalistas e as ideologias radicais. Poderá a História repetir-se?

“Em resultado da derrocada financeira da crise da dívida da zona euro, os partidos populistas tanto de esquerda como de direita viram e vão provavelmente ver um aumento significativo na sua popularidade”, alertavam, em 2009, vários analistas ao The Guardian.

Para o editor britânico Chris Faraone, o recente sucesso do “Mein Kampf” na versão digital assenta na evolução tecnológica, que permite a leitura “na privacidade dos iPads”.

“Devido ao tipo de livro ideológico que é, e à pesada carga ideológica que tem, as pessoas tinham receio de o comprar numa livraria, de o ler no metro ou mesmo colocá-lo na estante da sua sala, para não serem conotadas com o regime nazi ou serem criticadas por isso”, argumentou.

Um receio que não se coloca neste caso: os dois livros, em papel, ontem vendidos por mais de 65 mil euros.

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