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Médico viu num beliscão a ‘prova’ de maus-tratos a um bebé

A marca de um beliscão permitiu a um médico concluir que um bebé estava a ser vítima de maus-tratos, cometidos pelo próprio pai. O caso foi contado no Congresso de Ortopedia Infantil como recomendação: “na dúvida, deve-se sinalizar” aos organismos competentes.

A história é alegadamente real e foi contada por uma especialista em medicina legal no II Congresso Nacional de Ortopedia Infantil, a decorrer até hoje, em Lisboa: um médico duvidou da marca de um beliscão e, ao investigar o historial clínico, concluiu que um bebé estava a ser vítima de maus-tratos.

O agressor, veio a saber-se posteriormente, era o pai da criança.

“Esse médico, porque suspeitou das equimoses provocadas por um beliscão, que o pai atribuiu a uma queda, foi investigar e descobriu que o bebé tinha ainda várias fraturas nas costelas e marcas oftalmológicas, salvando-lhe a vida”, afirmou Teresa Magalhães, do Instituto Nacional de Medicina Legal, citada pela TVI.

A especialista, professora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, deixou uma recomendação: os profissionais de saúde são fundamentais na deteção de maus-tratos e, quando se tratam de crianças, qualquer dúvida deve ser reportada de imediato.

“Na dúvida, deve sinalizar” junto das entidades competentes, como as comissões de proteção de menores, reforçou.

Teresa Magalhães recorreu, na intervenção realizada, a várias imagens para comprovar como há situações de maus-tratos “fáceis de identificar”. São os casos, exemplificou, de violações, queimaduras (de vários tipos, como banhos em água a ferver, de cigarros ou com secadores de cabelo), e cortes.

Só que também existem as situações “mais difíceis de detetar”, reconheceu, e que exigem uma atenção mais profunda por parte dos profissionais de saúde.

“Já fiz autópsias a crianças com sinais mais ou menos óbvios de violência e nós não queremos de todo fazer autópsias às crianças”, garantiu.

A especialista aproveitou a intervenção para minimizar as estatísticas oficiais sobre os casos de maus-tratos ou violência: “ainda não estão criados os instrumentos para conhecer uma realidade que, pela sua natureza, é encoberta”.

“Os números são importantes, mas não chegam. Bastava haver um caso”, sustentou Teresa Magalhães.

“Não acusar sem estudo”

A tónica foi complementada pelo presidente da Federação Europeia das Sociedades de Ortopedia e Traumatologia, Cassiano Neves.

Em caso de dúvida, investigar, mesmo que as crianças tenham sido levadas até às unidades e saúde por um dos pais: “ter medo deste confronto não é razão para metermos o saco na cabeça”.

O fundamental, insistiu o especialista em ortopedia infantil, é analisar todos os sinais para que não sejam feita acusaçõs infundadas.

“Não há nada pior do que acusar uma família sem ter um estudo completo da criança”, sublinhou: “na dúvida, é melhor internar a criança até ter um diagnóstico”, suportado por “uma boa história clínica”.

Redação

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