O Estado não paga aos hospitais, que por sua vez ficam sem possibilidade de saldar as dívidas para com os laboratórios farmacêuticos. Perante o silêncio do Ministério da Saúde, a Associação dos Administradores Hospitalares teme que Portugal possa cair numa tragédia grega, com quebras de medicamentos.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Lopes, presidente daquela associação, revela que a fatura que os hospitais têm de pagar aos fornecedores de fármacos é “elevadíssima”, na ordem dos “1500 milhões de euros”.
E “se o Estado não pagar o que deve aos hospitais”, alerta Pedro Lopes, estes “não terão dinheiro para pagar à indústria” que os serve. O resultado será uma provável suspensão do fornecimento, que afetaria todo o Serviço Nacional de Saúde.
Aquele dirigente revela-se “extremamente preocupado”, em virtude do problema, mas também pelo “silêncio do Ministério”, que “não honrou os contratos-programa assinados.
“A dívida dos hospitais continua a crescer e começamos a entrar num cenário perigoso. Temo que o fornecimento seja suspenso”, refere. O Ministério da tutela mantém-se em silêncio.
Numa entrevista ao Wall Street Journal, o presidente da multinacional farmacêutica Roche, revelou que as entregas na Grécia foram suspensas, por dívidas dos hospitais, medida que pode ser aplicada também em Portugal, Espanha e Itália. Entre esses fármacos, estão alguns utilizados no tratamento de cancro.
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