Marcelo e José Alberto Carvalho defendem importância do jornalismo para a democracia

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o jornalista José Alberto Carvalho, da TVI, defenderam hoje perante alunos do ensino secundário de Mação, de Lisboa e do Porto a importância do jornalismo para a democracia.

No início da primeira sessão do programa “Jornalistas no Palácio de Belém”, que decorrerá uma vez por semana, até meados de dezembro, com nove convidados da comunicação social televisiva, radiofónica e escrita e estudantes de todo o país, o chefe de Estado fez uma pequena introdução sobre os objetivos desta iniciativa.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve desde jovem ligado à comunicação social, como articulista, em cargos de direção ou como comentador, e enquanto Presidente da República tem expressado preocupação com as dificuldades do jornalismo em Portugal.

“O primeiro objetivo é virem a ser jornalistas. Aí o José Alberto Carvalho vos explicará que há situações no mercado que são mais apelativas e menos apelativas, têm de fazer pela vida, provavelmente, para serem jornalistas. A segunda hipótese é não serem jornalistas, mas perceberem o papel da comunicação social na vossa vida presente e futura, nomeadamente profissional”, elencou.

Dirigindo-se aos cerca de 70 alunos presentes na sala, o Presidente da República completou: “A terceira, e a mais simples de tudo e a mais complicada, é serem bons cidadãos ou cidadãs – isto é, façam o que fizerem, perceberem que esta componente é uma componente essencial numa democracia”.

“Em democracia, é muito importante perceber o peso da comunicação social e saber lidar com a comunicação social. Eu agradeço ao José Alberto, com amizade, este início de ciclo, e vou sentar-me ali para aprender coisas sobre jornalismo, que é uma coisa que conheço relativamente mal, como sabem”, acrescentou, com ironia.

Na sua curta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa pediu “uma salva de palmas de solidariedade” para o concelho de Mação que, disse, “foi particularmente fustigado como município pelos fogos” e do qual “não se falou suficientemente”.

Em seguida, numa conversa de mais de uma hora com estudantes de turmas do 10.º ano e do 12.º ano, José Alberto Carvalho falou do seu percurso, do problema do acesso gratuito à informação nesta era da Internet e do maior consumo de conteúdos nas redes sociais, de forma dispersa e informaticamente ajustada às preferências de cada um, em detrimento do consumo de notícias através dos meios de comunicação social.

O jornalista mencionou que “desapareceram dos hábitos de visionamento de notícias cerca de dois milhões e meio de pessoas” que antes assistiam aos telejornais.

“É cada vez difícil nós cruzarmos a nossa opinião uns com os outros, e eu acho que isto é uma das maiores ameaças à democracia”, considerou.

Sobre a forma gratuita como se acede à informação, fez uma comparação com a medicina, perguntando aos alunos: “Não era bom que nós tivéssemos diagnósticos e consultas de graça? Era ótimo, não era? Também acho. Quem é que quereria ser médico nessas circunstâncias, iria viver de quê? Vocês sabem que é isso que está a acontecer com os jornalistas?”.

Mais à frente, declarou que dá aulas e que o tem “perturbado imenso” o facto de haver “muita gente a dizer aos jovens que eles não devem ser jornalistas”, porque “as empresas estão todas as desmantelar-se”.

“É verdade que é difícil. Mas nós nunca precisámos tanto dos jornalistas como agora”, contrapôs.

Em resposta a uma pergunta do Presidente da República, José Alberto Carvalho apontou como o seu o melhor momento como jornalista “o dia da independência de Timor-Leste”, referindo que “estava lá”.

No final da sessão, um aluno quis saber as razões que o levaram a mudar de estação de televisão e recebeu “uma resposta politicamente incorreta”.

“Eu mudei de estação para não mudar eu”, justificou José Alberto Carvalho, que começou na RTP, esteve na SIC, regressou à RTP e agora está na TVI.

Lusa

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