O Presidente da República defendeu hoje que a missão da agência Lusa é fundamental na projeção da lusofonia e na cobertura noticiosa da totalidade do país, que é tantas vezes desconhecido, como mostraram os incêndios de 2017.
“Depois daquelas tragédias, nós reganhámos coletivamente a noção exata dos diferentes ‘portugais’ a várias velocidades que havia em Portugal e mais facilmente se compreende a importância do vosso papel”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, falando perante os trabalhadores da Lusa.
O chefe de Estado visitou esta tarde a redação da Lusa, deu uma entrevista e, depois, dirigiu-se aos trabalhadores, numa intervenção em que disse “pasmar” quando há “quem duvide do papel da Lusa”, ignorando o seu relevo na “projeção linguística, cultural, humana e estratégica” do país.
“Recordo com alguma estupefação debates a que assisti sobre a vossa antecessora [ANOP], se devia ser extinta sumariamente ou não. Por várias vezes assisti a esses debates e pergunto-me o que teria sido, o que seria hoje, se tem sido extinta. Esteve por um triz para ser extinta, na base do debate político, na base da mera contabilidade, da mera aritmética político-partidária”, contou.
O Presidente da República argumentou que a “missão da Lusa é fundamental” para a coesão interna, em particular desde que a crise na comunicação social fez com que uma parte do país “começou a não ser conhecida do resto do país”.
“A Lusa cumpre aí uma missão que é não deixar morrer. Podem morrer outros correspondentes, podem morrer outros que operavam no terreno, mas nós não morremos, nós tentamos cobrir o que é possível cobrir”, sublinhou.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou igualmente o papel da agência no “mundo que fala português”: “Nós não podemos dizer que queremos apostar nesse mundo se esse mundo não se conhece entre si”.
“Como é que podemos formar uma comunidade na base do desconhecimento? Quem não se conhece não se ama, nem sequer se compreende”, sublinhou.
O Presidente da República saudou a “luta por uma informação séria, verdadeira, o mais objetiva que é possível no quadro da inevitável subjetividade de todo o ser humano” dos jornalistas da agência, no quadro do combate às ‘fake news’ (notícias falsas).
A Lusa vai organizar uma conferência internacional em fevereiro sobre conteúdos falsos designada “O combate às ‘fake news’, uma questão democrática”, que terá o alto patrocínio da Presidência da República, um apoio que o presidente do conselho de administração da Lusa agradeceu.
“Efetivamente, o que está em cima da mesa é uma questão democrática. Termos uma imprensa, um jornalismo fraco, é meio caminho andado para que os conteúdos falsos vençam e que as democracias fiquem seguramente mais fragilizadas”, afirmou Nicolau Santos.
“Pode contar com o corpo muito competente de jornalistas da agência Lusa, porque aquilo que nós fazemos são notícias verdadeiras e essas efetivamente contribuem para fortalecer a democracia portuguesa”, frisou o administrador da Lusa.
Nicolau Santos ofereceu a Marcelo Rebelo de Sousa uma fotografia sua a nadar numa praia fluvial, da autoria do fotógrafo da Lusa Paulo Novais.
Durante a visita à redação, o Presidente da República recordou a sua passagem pelo mundo dos jornais e, cumprimentando todos os jornalistas que encontrou, foi constatando as diferenças, sobretudo a atual prevalência das mulheres no jornalismo.
“No meu tempo, eram homens divididos por tabiques”, contou, sempre em passo acelerado.
Sem abdicar de imagens políticas, o Presidente mostrou-se espantado com a dimensão da editoria de Economia: “Isto é tudo a Economia? Ainda são resquícios do doutor Cavaco Silva… ou se quiserem do doutor Centeno… A Política ali a um cantinho e a Economia a espraiar-se”, observou.
Quando se dirigiu aos trabalhadores da Lusa falou de como “era muito diferente” a comunicação social quando nela viveu, sem nunca ter conseguido ter carteira de jornalista, porque tinha rendimentos de outras atividades, como jurista e, desde 1972, como professor de Direito.
“Hoje é muitíssimo mais difícil, mais arriscado, mais responsabilizante, mais desgastante”, considerou acerca das condições em que se exerce a profissão, já que “o tempo acelerou e o espaço alargou”.
O desgaste faz afinal parte da natureza do trabalho, porque “o grande desafio de ser jornalista” é “estar sempre atento, estar sempre alerta, não haver um segundo de repouso, mesmo quando está a repousar”.
Antes de sair da agência, o Presidente olhou para trás e voltou a constatar como as mulheres dominam o jornalismo: “Só senhoras. O que eu teria gostado no tempo do Expresso e do Semanário”.
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