O acórdão do caso da “mulher adúltera” despertou Portugal para o debate sobre o machismo nos tribunais. No Canadá, o tema é o mesmo, depois de um juiz ter chamado “obesa” a uma vítima de ofensa sexual e acrescentando que a jovem “gostou da atenção” dada pelo agressor.
No julgamento de um taxista, acusado de ofensa sexual a uma adolescente de 17 anos, o juiz Jean-Paul Braun, do Quebec, afirmou que a vítima “gostou da atenção” dada pelo alegado agressor, adianto o Journal de Montreal.
Em plena audiência, o juiz comentou ainda o excesso de peso da vítima: “Ela tem peso a mais, mas podemos dizer que tem uma cara bonita, não é?”
O réu acabou condenado por ofensa sexual, depois de ter impedido a jovem de sair do táxi até conseguir beijá-la na cara, contra a vontade dela. E quem está a ser julgado agora, na praça pública, é o juiz “machista”.
Não é uma novidade para Jean-Paul Braun: em 2013, tornou-se conhecido quando, no caso de um homem acusado de apalpar o peito de uma mulher, afirmou que tal gesto “não representava o crime do século”.
Este novo caso está na origem da polémica do momento no Canadá, semelhante ao que decorre em Portugal depois de um acórdão da Relação do Porto menorizar uma vítima de violência doméstica por esta ser “uma mulher adúltera”.
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