Categorias: Economia

Lucros “brutais” dos hipermercados dão margem para promoções absurdas

Por cada euro que o consumidor paga num produto agrícola que adquire num hipermercado ou supermercado, 80 cêntimos são lucro da superfície comercial e apenas 20 vão para o produtor. Estas margens de lucro tornam possível criar campanhas de 50 por cento de desconto, sem que o hipermercado tenha prejuízo. A denúncia parte da Confederação Nacional de Agricultores.

A campanha do Pingo Doce permitiu a milhares de consumidores usufruírem de um desconto de 50 por cento, no que representava, aos olhos desses consumidores, uma generosidade imensa. Daí que a adesão em massa a esta campanha tenha superado as expectativas dos próprios responsáveis da cadeia de Jerónimo Martins.

Acontece que campanhas dessa dimensão tornam-se possíveis porque as margens de lucros dos hipermercados são enormes. De acordo com declarações de um responsável da Confederação Nacional de Agricultores ao Correio da Manhã, os hipermercados poderiam cortar 50 por cento no preço sempre e mesmo assim terem enorme lucro.

João Dinis revela que as “margens de lucro são brutais”, sendo que o preço do produto multiplica-se por quatro, desde que sai do produtor, até que chega à prateleira da grande superfície. Um produto agrícola que custe dois euros ao consumidor foi pago por 40 cêntimos pelo hipermercado. Significa que, caso essa grande superfície faça um desconto de 50 por cento e cobre apenas um euro, continuará a ter um lucro de 60 cêntimos.

A estes números juntam-se campanhas ensurdecedoras, em que cada hipermercado chama a si o mérito de cobrar preços baixos. E a verdade é que em alguns produtos de primeira necessidade o preço cobrado acaba por ser inferior ao preço pago ao agricultor, o que é ilegal e resultada da capacidade financeira dos grupos que detêm esses grandes espaços. A ASAE já detetou estas ilegalidades no Pingo Doce e não só.

As margens de lucro grotescas de alguns produtos permitem cobrir as despesas e conquistar o domínio do mercado, de forma ilegal. A realidade resume-se a um sistema devorador: as grandes superfícies pagam mal aos agricultores e colocam preços exageradamente inflacionados.

Daí que uma promoção mereça a reflexão do consumidor, numa altura em que se exige um travão a consumismos. Estão abertas as portas das promoções.

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