A juíza Maria Matos afirmou que “houve manipulação” dos dados referentes à criminalidade para que as estatísticas de 2017 fossem “mais favoráveis” ao Governo. A tutela já reagiu, negando a acusação.
Num programa da Renascença, a juíza desembargadora de Guimarães contestou os números apresentados no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), apresentado no final de março no Parlamento.
“Houve manipulação”, garantiu a magistrada.
Maria Matos argumentou com o exemplo dos ataques às caixas do multibanco, que aumentaram (afirmou) 76 por cento.
“Esses assaltos foram classificados como criminalidade geral, para que fossem obtidas estatísticas mais favoráveis”, insistiu a juíza.
Citada também pela Renascença, Helena Fazenda, secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (autor do RASI), negou a acusação, lembrando que o relatório seguiu “critérios internacionais de classificação” no tratamento dos dados.
“Não seria um conjunto de 230 assaltos a caixas multibanco que iria pôr em causa a descida registada na criminalidade grave”, reforçou a governante.
“Estamos perante criminalidade grave ou mesmo muito grave”, reagiu a juíza, insistindo que “a tipologia usada não espelha a realidade”.
“Trata-se de um tipo de criminalidade que causa grande alarme social, utiliza meios explosivos e funciona normalmente em associação criminosa”, explicou a magistrada do Tribunal da Relação de Guimarães.
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