Juiz do caso Meco, ainda a ouvir perita do IPMA, recusa os médicos

O juiz de instrução do caso das mortes no Meco recusou ouvir os dois médicos que observaram o único sobrevivente, João Gouveia. O pedido tinha sido feito pelos familiares das vítimas. A fase de instrução prossegue, hoje, com a perita indicada pelo IPMA.

O pedido das famílias dos seis estudantes da Lusófona que morreram na praia do Meco não foi aceite. Os familiares pretendiam ouvir os dois médicos que atenderam, nessa noite, o único sobrevivente e arguido no processo, João Gouveia.

De acordo com o juiz de instrução, os eventuais depoimentos dos médicos de nada serviriam para apurar o que realmente aconteceu naquela noite de dezembro de 2013.

Falta ainda saber se o mesmo juiz vai aceitar o pedido de audição dos quatro inspetores que recolheram e analisaram as roupas de João Gouveia.

A fase de instrução continua hoje, no Tribunal de Instrução Criminal de Setúbal, com a audição da perita do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que analisou a roupa do único sobrevivente.

Na última sessão, a 6 de fevereiro, já tinham sido ouvidos um perito do Instituto de Medicina Legal e uma do IPMA.

Os esclarecimentos das duas técnicas do IPMA foram solicitados pela procuradora do Ministério Público.

A mesma magistrada, segundo o advogado dos familiares das vítimas, Vítor Parente Ribeiro, pediu ainda informações adicionais por escrito à operadora Vodafone, com o intuito de apurar pormenores sobre o acionamento de algumas antenas de telemóveis durante a noite em que ocorreu a tragédia.

João Gouveia, o único arguido, prescindiu de prestar declarações.

“Durante o inquérito, João Miguel Gouveia falou durante várias sessões, todas elas durante mais de 10 horas”, lembrou a advogada Paula Brum.

A defensora sustentou ainda que o despacho de arquivamento do inquérito apontou para “a total inexistência de indícios da prática de qualquer crime”.