Judite Sousa: “Fui amputada do meu bem mais querido”

Passados quase três anos após a morte do único filho de Judite de Sousa, a jornalista continua a sentir uma “dor inigualável”, que só quem perde um filho consegue entender. Chega às livrarias no próximo dia 5 de maio o livro “Pensar Sentir Viver”, onde a pivô fala abertamente sobre a morte de André.

Foi a 29 de junho de 2014 que André teve uma queda numa piscina, não conseguindo resistir aos ferimentos.

“Em 2014, fui amputada do meu bem mais querido. Os filhos que perdem os pais são órfãos. Os pais que perdem os filhos são o quê? Não há palavra, olhar, gesto, que seja capaz de dizer aos outros a dimensão da dor, do sofrimento psicológico e físico”, pode-se ler numa das passagens do novo livro, que contém as conversas entre Judite de Sousa e o psiquiatra e professor universitário Diogo Telles Correia.

“Infelizmente, na sofreguidão com quem percorremos este trajeto sem sentido, só alcançamos a dimensão do nosso vazio quando paramos. E eu parei. Fui obrigada a pôr muita coisa em causa e a reformular a minha existência. Deparei-me com uma dor inigualável, que não tem cor, não tem forma mas existe dentro de mim. Apercebi-me de que vivemos rodeados de pessoas que sofrem mentalmente, com ansiedade, com depressão ou com situações mais graves, que a todo o momento não encontram solução senão abandonar este mundo (…) Encontrou-se a minha inquietação sobre as questões da mente, nesta fase em que mergulhei no seu universo, porque fui obrigada a tal (…)”, outra passagem do livro que foi revelada pela revista Flash!.

Os últimos três anos não têm sido fáceis para a diretora adjunta de Informação da TVI. Após a morte de André, a jornalista fez um intervalo de dois meses e em 2015, na altura do primeiro ano do desaparecimento físico do filho, Judite de Sousa foi encontrada em sua casa sem sentidos, pelo que teve de ser transportada para o hospital.

Agora, Judite de Sousa está em Paris a cobrir a eleições presidenciais francesas.