JSD quer que Passos tenha “coragem” para “combater interesses instalados” no Estado

Duarte Marques, líder da Juventude Social-Democrata (JSD), considera que o Governo tem de apresentar medidas de “equidade” fiscal quando pede sacrifícios e pede “coragem” ao primeiro-ministro para combater “interesses instalados”.

O líder da JSD, Duarte Marques, não elogia as medidas apresentadas por Passos Coelho, na comunicação ao país da passada sexta-feira. Pelo contrário, espera que o primeiro-ministro e o Governo tomem atitudes no combate ao que apelidam de “interesses”.

“Exigimos ao primeiro-ministro e ao Governo que apresente um esforço de equidade semelhante da parte do Estado”, salienta Duarte Mendes, citado pela TSF. O líder da JSD considera que as medidas apresentadas não bastam.

“Se é necessário tomar medidas tão drásticas que prejudicam a vida das pessoas, é preciso que o Governo tenha a força e a coragem de acabar com interesses instalados na máquina do Estado”, acrescentou o presidente da JSD.

Para Duarte Marques, o Governo tem de avançar com um “corte equivalente” na máquina do Estado, no lado da despesa, em igual proporção ao que fez no lado da receita, ao retirar rendimentos aos trabalhadores dos setores público e privado, bem como nos pensionistas (que perderam os subsídios).

Por outro lado, a JSD entende que o executivo de Passos Coelho não possui mais margem de manobra para reduzir em áreas com a “Saúde ou a Educação”, sendo que as Forças Armadas são, para Duarte Marques, um bom exemplo de setores do Estado onde pode ser reduzida despesa.

Também as parcerias público-privadas e a criação de impostos para empresas do setor energético devem ser o caminho a seguir, no sentido de encontrar a receita que o Estado necessita, para cumprir as metas do défice, ou para repor as receitas que o Tribunal Constitucional ‘retirou’ com a declaração de inconstitucionalidade dos cortes de subsídios (o que levou o Governo a tomar as medidas enunciadas na sexta-feira por Passos Coelho.

Outras áreas onde o Governo deve cortar, de acordo com a JSD, são “a fusão de todas as empresas públicas de transportes, a extinção e retirada de benefícios fiscais a uma parte das fundações e a eliminação de empresas públicas”, cita a TSF.

Os jovens sociais-democratas querem que o Governo atue com “equidade” do lado da receita, taxando de forma mais severa os rendimentos elevados dos trabalhadores a recibos verdes, que não terão qualquer agravamento no pagamento das contribuições para a Segurança Social, ao contrário dos trabalhadores por conta de outrem.

Duarte Marques defende ainda um reforço do apoio social a famílias com dois menores ou mais, sobretudo aquelas em que existam situações de desemprego.