Jovens estão afundados em dívidas

Há uma nova forma de pobreza prestes a saltar para o palco mediático. De acordo com a Cáritas Europa, a juventude atual está afundada nas dívidas que vai contraindo para tentar (sobre)viver e, se possível, constituir família e criar um futuro.

De acordo com um relatório da organização, as políticas europeias de combate à pobreza continuam longe, muito longe da eficácia desejada.

Quem nasce no seio de uma família carenciada, como se não lhe bastasse essa desigualdade social, terá ainda mais dificuldades para escapar ao ciclo de transmissão da pobreza.

O título do relatório não podia ser mais explícito: ‘Os jovens precisam de um futuro’.

Mas que futuro pode haver para uma geração que se afunda em dívidas, dívidas essas que vai contraindo para tentar evitar ir ao fundo?

“Há em Portugal muitas políticas públicas” destinadas à erradicação da pobreza, mas a verdade é que “nenhuma parece ser capaz de a erradicar, particularmente porque não se integram numa estratégia eficiente de interromper os ciclos de transmissão da pobreza”, aponta o relatório.

“É provável que uma criança que nasça num agregado familiar carenciado venha a enfrentar mais dificuldades no futuro. Isto tem reflexos evidentes nos estudos, a nível familiar e institucional”, destacou a Cáritas Europa.

Para os jovens de hoje em dia, há ‘direitos adquiridos’ pelos antecessores que agora são uma incógnia: a educação, o trabalho, a habitação, a igualdade e não discriminação e a proteção social.

As dificuldades no acesso ao trabalho são as que se sentem de forma mais imediata e que acaba por se refletir nas outras.

“Os jovens são confrontados com situações de desemprego, empregos precários, contratos irregulares e baixos salários”, ficando “muito difícil” fazer valer o direito à habitação condigna.

É uma juventude que, sem conseguir suportar os custos da habitação, vai adiando o futuro, sonhando com o dia em que podem tentar constituir família.

Analisando o caso de Portugal, o relatório é bem claro: “Os preços da habitação, quando comparados com a média dos valores dos rendimentos, são desproporcionados”.

Afundados no empobrecimento, os jovens de agora são os ‘Sinkies’, uma geração que se afunda num mar de pobreza.

“Os Sinkies são um sinal extremamente grave que os decisores políticos devem levar muito a sério. Se a tendência se tornar normal, isso provocará sérias consequências para a coesão social da Europa, modelos sociais e sistemas de proteção social”, salientou Jorge Nuño Mayer, o secretário-geral da Cáritas Europa.

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