Japão: Água radioativa de Fukushima despejada no mar após passagem de tufão

A passagem do tufão Man-yi obrigou a empresa que gere a central nuclear de Fukushima a bombear água com radioatividade para o mar. Duas pessoas morreram devido ao tufão e quase 340 mil famílias na região de Quioto foram obrigadas a evacuar.

O tufão Man-yi atravessou hoje de manhã a região central do Japão, com as chuvas “sem precedentes” a provocarem dois mortos e a obrigarem à evacuação, na região de Quioto, de quase 340 mil famílias. Em Fukushima, a empresa que gere a central nuclear danificada pelo tsunami de 2011 foi obrigada a bombear água contaminada para o mar.

De acordo com o mais recente relato da televisão NHK, o Man-yi – que chegara ao Japão no domingo, sem provocar grande estragos – aumentou hoje de intensidade e, com chuvas torrenciais e ventos de até 160 quilómetros por hora, inundou mais de 4000 casas e danificou outras 270. O balanço mais recente aponta para duas mortes, quatro desaparecidos e 128 feridos.

Na região de  Quioto, as autoridades mandaram evacuar mais de 340 mil famílias, devido ao risco de inundações e avalanches. Em Fukushima, a Tokyo Electric Power (Tepco) reforçou a vigilância dos equipamentos críticos (como tubos de água de refrigeração dos reatores ou bombas) da central nuclear danificada pelo tsunami de 2011.

A Tepco suspeitava de fugas nos tanques de armazenamento de água radioativa, que poderiam vazar para os lençóis freáticos, mas as chuvas elevaram o nível e obrigaram a bombear água para o mar. O porta-voz da empresa, Yo Koshimizu, explicou à AFP: “optamos por verter a água no mar já que, depois de medir os níveis de radiação, chegamos à conclusão de que poderia ser considerada água da chuva”.

De acordo com as informações avançadas pela Tepco, cada litro de água hoje despejado no mar continha até 24 becquerels de estrôncio e outras matérias radioativas. O limite definido pelas autoridades japoneses foi de 30 becquerels por litro.

O Man-yi é o 18.º tufão a atingir a Ásia na presente época.