Uma criança de 4 anos morreu de malária em Itália, um país onde não existe a espécie de mosquito que transmite a doença. O caso chocou a sociedade e tem deixado os médicos doentes: não sabem explicar como ocorreu este caso de paludismo.
A menina foi diagnosticada no sábado, ficando internada nos cuidados intensivos do Hospital Santa Clara de Trento. “É um mistério. Não deveria ter sido possível contrair o paludismo”, explicou Claudio Paternoster, chefe do departamento de doenças infeciosas, em declarações à AFP.
“Apenas certos tipos de mosquitos podem transmitir esta doença e não existem em Itália”, explicou Claudio Paternoster, sem capacidade de explicar como este caso ocorreu.
E é aqui que reside o grande choque na sociedade italiana. A malária era comum no país, mas foi erradicada em 1962.
A criança que morreu não saiu da região de Veneza, pelo que a única hipótese é também a mais assustadora: uma evolução do mosquito, uma ameaça da possível reintrodução do paludismo na Europa ‘civilizada’.
“O verão tem sido particularmente quente e, com as mudanças climáticas, não podemos excluir totalmente a hipóteses de uma adaptação de certa espécies de mosquitos ou a reintrodução de outros”, admitiu Claudio Paternoster.
De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, quase 90 por cento dos casos de malária são registados em África.
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