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Irão anuncia que está a produzir urânio enriquecido a 4,5 por cento

O Irão anunciou hoje que está a produzir urânio enriquecido a 4,5 por cento, um nível proibido pelo acordo internacional de 2015 sobre o seu programa nuclear.

“Esta manhã, segunda-feira, o grau de pureza do urânio (enriquecido) produzido (pelo Irão) alcançou 4,5 por cento”, escreveu a agência de notícias Isna, citando Behrouz Kamalvandi, o porta-voz a Organização de Energia Atómica do Irão (OIEA).

De acordo com Kamalvandi, “o Irão cruzou o limiar de 4,5 por cento para o enriquecimento de urânio”.

“Este grau de pureza é perfeitamente adequado para as necessidades do país em combustível para central nuclear”, disse Kamalvandi ainda, de acordo com a Isna.

Teerão avisou no domingo que iria começar a enriquecer urânio a um grau maior do que o limite de 3,67 por cento imposto pelo acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano.

De acordo com Ali Akbar Velayati, conselheiro do líder supremo do Irão, a necessidade do país para as suas “atividades (nucleares) pacíficas”, ou seja, o fornecimento de combustível à sua única central nuclear corresponde a urânio enriquecido a 5 por cento.

Este nível permanece longe dos 90 por cento necessários para o fabrico de uma bomba atómica.

A decisão de enriquecer urânio a 4,5 por cento acontece menos de uma semana após o Irão ter anunciado que tinha quebrado o limite da reserva de 300 quilos de urânio pouco enriquecido.

Especialistas alertam que este enriquecimento do urânio poderia começar a estreitar a janela do tempo considerado necessário, de um ano, para que o Irão tenha material suficiente para uma bomba atómica, algo que Irão nega ter como objetivo.

Concluído em julho de 2015 em Viena, o acordo assinado pelo Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), mais a Alemanha, determinou que Teerão aceitasse limitações e maior vigilância internacional do seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções internacionais.

A retirada dos Estados Unidos do acordo em maio de 2018 e o regresso das sanções norte-americanas isolou quase completamente o Irão do sistema internacional e fê-lo perder a quase totalidade dos compradores do seu petróleo, asfixiando a sua economia.

Em resposta, um ano depois, ou seja em maio deste ano, o Irão avisou que entraria em incumprimento de alguns dos seus compromissos com o argumento de que os europeus não tornaram efetivos os seus, com os quais Teerão esperava contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos.

Este novo desenvolvimento ocorre em meio de grande tensão entre Washington e Teerão e teme-se um aumento desta na região do Golfo Pérsico.

Lusa

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