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Internet está a criar geração de pessoas menos inteligentes, defende neurocientista

Não é apenas uma controversa visão de Susan Greenfield sobre a Internet. Segundo esta neurocientista britânica, está provado que a rede mundial está a criar uma geração de pessoas com menos inteligência. As redes sociais e os videojogos podem suscitar efeitos bioquímicos no cérebro semelhantes aos das dependências de drogas.

A neurocientista Susan Greenfield, de 61 anos, professora na Universidade de Oxford, considera que a Internet apresenta efeitos nocivos, em termos de desenvolvimento da inteligência, da empatia e até nos efeitos bioquímicos do cérebro.

Esta visão de Greenfield, que gera resistências por parte de alguns membros da comunidade científica e não só, baseia-se no modo como o cérebro reage a estímulos. No seu entendimento, a Internet, as redes sociais e os videojogos estão a criar uma geração de pessoas com menor inteligência.

Susan Greenfield assume assim uma posição dissonante, no meio do entusiasmo que a Internet gera, não apenas nas redes sociais, mas como fenómeno transversal a todas as áreas do conhecimento.

O mundo virtual é, para esta cientista, um palco de pouca empatia e sem relações interpessoais genuínas. Greenfield voltou a defender estas teorias num ciclo de palestras intitulado ‘Fronteiras do Pensamento’, que decorre em São Paulo, no Brasil.

“Comecei a discutir esta temática no ano de 2009, no Parlamento britânico, durante um debate sobre a regulação do uso da Internet e possíveis efeitos negativos da sua utilização por parte das crianças”, salientou a neurocientista.

Do seu ponto de vista, o “cérebro humano evoluiu para responder a estímulos muito diferentes dos que estão a afetar o desenvolvimento das crianças”. E isto “é um facto, não um juízo de valor”.

Numa análise à literatura científica sobre esta temática, Susan Greenfield nota sinais de mudança, ainda que reconheça que existe a necessidade da realização de estudos adicionais, que sustentem a sua teoria.

Mas a ciência já pôde comprovar que as redes sociais e o uso de videojogos têm efeitos no cérebro semelhantes àqueles que as drogas suscitam no cérebro. Um trabalho com tomografias provou estas mudanças estruturais.

“As pessoas podem dizer que se trata de uma relação, que não necessariamente uma coisa causa a outra. É um argumento válido, mas também é o mesmo argumento que as pessoas usavam nos anos 1950 relativamente à relação entre o tabaco e cancro do pulmão. Só mais tarde os epidemiologistas provaram a relação causa e efeito”, avisa Susan Greenfield.

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