Instrutor morto por menina em aula de tiro “não estava na posição certa”

O caso da menina de 9 anos que matou o instrutor de tiro, atingindo-o na cabeça por acidente, relançou o debate sobre o uso de armas por crianças nos EUA. Há quem queira proibir e há quem culpe o instrutor por ser atingido por uma aluna que “não estava na posição certa”.

Na segunda-feira, uma menina de nove anos atingiu mortalmente o instrutor de tiro, num acidente que foi filmado pelos pais da aluna. O incidente relançou o eterno debate sobre o uso e porte de arma, nos EUA, focando-o nos casos que envolvem crianças ou adolescentes.

Jim Kessler, um conhecido analista político nos EUA, encontra-se entre os que defendem uma proibição do uso de armas por parte de menores.

“Não é possível manter uma criança em segurança a manejar estas armas, são pesadas e letais para elas”, argumentou.

Há quem responsabilize o instrutor que acabou por falecer, vítima do tiro acidental na cabeça.

“Não vejo qual é o problema em deixar uma menina de 9 anos usar uma arma automática”, afirmou Eric Grabowski, dono de uma loja de venda de armas: “a questão está no instrutor, se ele estava a explicar bem, se ela estava a perceber… Ele falhou porque não estava na posição certa”.

As estatísticas, de acordo com a Euronews, demonstram que há uma média de duas crianças mortas, por semana, em acidentes com armas de fogo.

O polémico incidente que terminou com a morte de Charles Vacca, o instrutor de 39 anos, ocorreu no campo de tiro chamado Last Stop, na cidade de White Hills, no Arizona, que aceita alunos a partir dos 8 anos de idade.

A menina autora do disparo acidental tem 9 anos e estava a ter uma aula durante uma viagem de férias. Os pais estavam a filmar, tendo registado o acidente em vídeo.

O xerife do condado de Mohave distribuiu o vídeo editado, mostrando apenas a menina (de costas, para preservar a identidade) e Charles Vacca, o instrutor atingido na cabeça por um tiro quando a criança perdeu o controlo da arma, uma pistola-metralhadora Uzi.

O instrutor ainda foi levado de helicóptero para o hospital, mas chegou sem vida.

A Uzi, desenvolvida por um militar israelense em meados do século passado, consegue disparar até 600 projéteis por minuto.