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Indígenas responsabilizam Bolsonaro por ataques contra comunidadades nativas

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) acusou hoje o Presidente do país, Jair Bolsonaro, de ser o responsável pelos últimos ataques, perpetrados durante o mês de janeiro, contra comunidades indígenas.

“Já são mais de 15 as invasões e áreas de conflito somente neste mês. Então, o que é que vamos esperar ao final de um ano, sendo que temos já um mês que foi totalmente violento? Nós atribuímos essa violência às declarações da Presidência da República”, declarou Sónia Guajajara, coordenadora da APIB, durante uma mobilização indígena em frente ao Ministério da Agricultura, em Brasília, capital do país.

Sónia Guajajara acusou ainda Bolsonaro de ser “preconceituoso” e de mostrar “desconhecimento” acerca da cultua indígena, referindo-se às declarações do chefe de Estado brasileiro, proferidas em dezembro passado, nas quais garantiu que “o índio quer integrar-se na sociedade, quer médico, dentista, quer jogar à bola, quer internet, ele quer tomar um banho com um sabonete que não tem”.

” O que queremos é o nosso território demarcado, para podermos ter direito a uma cidadania plena, sendo aquilo que somos, preservando a nossa identidade. (…) As declarações de Bolsonaro mostram claramente um preconceito, um desconhecimento e ainda a incitação a esse racismo contra os povos indígenas”, afirmou a coordenadora da APIB.

No primeiro dia de Governo, Jair Bolsonaro, que tomou posse em 01 de janeiro último, assinou uma medida provisória que transfere para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a atribuição de identificar, demarcar e registar as terras indígenas, função que pertencia à Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o órgão indígena oficial do Estado brasileiro.

A APIB defende que a demarcação de terras indígenas deve voltar para a FUNAI e que esta fundação passe a estar sob a alçada do Ministério da Justiça, ao invés do Ministério da Agricultura, que, segundo Sónia Guajajara, representa apenas os interesses do agronegócio.

“O Ministério da Justiça é o órgão que está preparado e que tem a estrutura necessária para fazer os estudos e para poder fazer a demarcação das terras indígenas. Aqui no MAPA há um compromisso com o agronegócio. Então, entendemos que não é apenas uma transferência, mas sim uma decisão política de negar o direito territorial, impedindo as demarcações das terras”, considerou a responsável da APIB.

A concentração de hoje fez parte da iniciativa “Janeiro Vermelho – Sangue Indígena, Nenhuma Gota a Mais”, que, por todo o Brasil, levou povos indígenas a denunciarem as crescentes ameaças de que têm sido alvo.

Também Joenia Wapichana, a primeira deputada federal indígena, marcou hoje presença na mobilização indígena em Brasília, frisando que tem como missão lutar pelos direitos destas minorias neste novo Governo de Bolsonaro.

“[Defendo] aquilo que o movimento indígena sempre pediu, principalmente o avanço dos direitos coletivos indígenas neste novo Governo, para que nenhum direito e nenhuma gota a mais de sangue seja derramada”, disse Joenia Wapichana.

Noutros países, como Portugal, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos da América, Canadá e Irlanda, também foram organizados atividades de defesa dos povos indígenas semelhantes ao que ocorreu em Brasília.

Lusa

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