Independência: Catalunha agenda referendo que Espanha diz ser ilegal

A Catalunha vai votar a independência num referendo agendado para 9 de novembro de 2014. O acordo entre os partidos da região choca de frente com a vontade do Governo espanhol: o ministro da Jutiça assegura que o referendo “não será realizado”.

Os espanhóis da Catalunha vão ser chamados a pronunciar-se sobre a independência em referendo, anunciou hoje o governador da região, mas esse referendo não vai existir, garantiu de seguida o ministro da Justiça.

A independência da Catalunha voltou à agenda mediática espanhola após os partidos da região terem chegado a um compromisso sobre a questão a referendar, num ato marcado para 9 de novembro do próximo ano. Artur Mas, o governador catalão, revelou qual será a pergunta a ir a votos: “Querem que a Catalunha se transforme num Estado?”

Quem responder “sim” terá de pronunciar-se sobre uma segunda questão: se a região deve ser “independente”, complementou Mas, que anunciou o referendo na companhia de dirigentes dos principais partidos: Oriol Junqueras (ERC), Joan Herrera (ICV), Joana Ortega e Ramon Espadaler (UDC), Joan Mena (EUiA) e David Fernández y Quinm Arrufat (CUP).

Logo após o chefe do governo regional ter anunciado a marcação do referendo, o Governo espanhol veio garantir que o mesmo não será executado.

“Não será realizado”, frisou o ministro da Justiça, Alberto Ruiz Gallardon, falando aos jornalistas em Madrid: “o voto não vai ter lugar e não será realizado porque a nossa Constituição não autoriza qualquer comunidade autónoma a submeter a votação ou a um referendo as questões relacionadas com a soberania nacional”.