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ICNF apresenta queixa-crime contra abate a tiro de fêmea de lobo-ibérico no Gerês

Pela segunda vez, um lobo-ibérico foi abatido por humanos no Gerês. O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas apresentou hoje uma queixa-crime contra desconhecidos depois de descoberto o cadáver de uma fêmea abatida a tiro.


CIBIO/UP
A única fêmea de uma alcateia que habita no Parque Nacional da Peneda-Gerês foi abatida há tiro, há poucos dias, levando o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICFN) a apresentar, hoje, uma queixa-crime contra desconhecidos no Ministério Público. “É o segundo caso de morte de um lobo-ibérico por causas humanas em menos de um ano na mesma reserva”, diz Helena Rio Maior, citada pela Lusa.

A bióloga que lidera o projeto de Investigação e Conservação do Lobo no Noroeste de Portugal, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, acrescentou que a vítima foi “a única fêmea reprodutora naquela alcateia”, a qual “tinha tido crias no final de maio”. O animal “foi abatido a tiro no dia 17 de outubro, um dia de caça”, complementou.

A exatidão da data é explicada pelo facto da loba ser monitorizada, desde 2012, por um colar GPS. “O cadáver do animal, que era seguido por telemetria GPS desde setembro de 2012, foi encontrado na semana passada já em avançado estado de decomposição”, afirmou Helena Rio Maior, reforçando: “há uns dias, o colar enviou informação e recuperou tudo para trás, o que deu para perceber que a loba foi morta no dia 17 de outubro”.

A bióloga referiu também que o colar deixou de transmitir a 30 de setembro, só que as operações de busca demoraram “cerca de 15 dias”. O cadáver foi encontrado na semana passada na zona de caça da Gavieira e apresentava “uma acumulação de chumbos na zona lombar, um tiro no crânio e mordeduras de pelo menos dois cães”.

Para além da fêmea de lobo-ibérico ter sido “atacada por cães antes e depois de morrer”, foi ainda agredida com paus, pois “parte do crânio estava destruído”, salientou a investigadora.

Helena Rio Maior recordou ainda que “é o segundo caso de morte de um lobo-ibérico por causas humanas em menos de um ano na mesma reserva” para avançar que, segundo os rumores, o autor do abate feito no final do ano passado “foi punido com uma coima de 300 euros”.

“Já se tinha consciência de uma taxa de mortalidade elevada por causas humanas, mas estes são casos que não se veem”, complementou a bióloga: “só são vistos animais mortos por atropelamento”. De acordo com os dados do CIBIO, que tem como objetivo “colocar quatro novos colares GPS por ano”, foram abatidos “de forma ilegal” cinco dos 15 lobos seguidos pelo colar, no âmbito do projeto criado em 2006.

O lobo-ibérico está classificado como espécie em perigo e é protegido por lei desde 1988. O censo mais recente, realizado entre 2002 e 2003, apurou a existência de cerca de 300 exemplares, distribuídos por 65 alcateias que vivem, na maioria, em três núcleos: Peneda-Gerês, Bragança/Montesinho e Vila Real/Alvão.

O colar GPS permite determinar a posição do animal a cada duas horas, desde que o lobo use sete localizações diferentes.

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