Huawei nega ligações a serviços de informação chineses

A empresa chinesa Huawei negou hoje qualquer ligação aos serviços de informação e inteligência de Pequim, quando enfrenta uma vaga de rejeições dos seus equipamentos de telecomunicação 5G no Ocidente.

“Não há evidências de que a Huawei esteja a ameaçar a segurança nacional de qualquer país”, disse Ken Hu, responsável da empresa, em conferência de Imprensa, hoje na sede do grupo, em Shenzhen, no sul da China.

Perante as preocupações do Ocidente em relação a potenciais atos de espionagem, a fabricante chinesa de equipamentos decidiu hoje abrir os seus laboratórios de pesquisa à curiosidade dos jornalistas e organizar uma conferência de Imprensa para esclarecer dúvidas.

Hu assegurou que a sua empresa nunca recebeu nenhum pedido do governo chinês para acesso a dados.

Esta posição de defesa por parte da Huawei acontece numa fase difícil da empresa, com os EUA preocupados com o avanço tecnológico chinês e a tentar dissuadir os aliados de usar equipamento daquela firma.

Ao mesmo tempo, a Huwaei assistiu à prisão da sua diretora financeira, Meng Wanzhou, considerada suspeita, pela justiça norte-americana, de cumplicidade em fraude para contornar as sanções dos Estados Unidos ao Irão, o que levou à sua recente detenção num aeroporto do Canadá.

A tecnologia 5G consiste num futuro padrão de telefonia móvel que deverá oferecer uma taxa de transferência de dados muito mais alta do que a verificada nos modelos 4G, podendo permitir a transição digital de veículos autónomos, guiados por inteligência artificial.

“Proibir uma determinada empresa não vai resolver problemas de segurança cibernética”, disse Hu, garantindo que muitos clientes da Huawei continuam a depositar confiança nos protocolos da empresa.

O grupo tenta há mais de um ano convencer clientes e governos da falta de vínculos com Pequim e lembra que a empresa é 100 por cento propriedade de seus funcionários, não do Estado ou do Exército chinês.

A desconfiança ocidental sobre a Huawei é alimentada, em parte, por o seu fundador, Ren Zhengfei, ser um ex-engenheiro do exército chinês.

Para tranquilizar os operadores estrangeiros, a Huawei deu acesso aos seus equipamentos em laboratórios dedicados, onde podem ser totalmente desmontados, para permitir acesso ao seu código-fonte.

A Huawei já investiu milhares de milhões de dólares na investigação de tecnologia 5G e assinou 25 contratos comerciais, disse Ken Hu.

O grupo tem mais de 80.000 funcionários, quase metade dos quais trabalham em pesquisa e desenvolvimento.

Estes investimentos podem, no entanto, ter sido mal sucedidos, se a empresa continuar a ser excluída dos mercados ocidentais, de acordo com especialistas.

Lusa

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