Há um “enorme descontentamento” a crescer entre os médicos. De acordo com os resultados de um referendo, promovido pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), os cortes de metade da remuneração das horas extra vão estar na origem de uma greve que já se avizinha.
Os resultados são claros, segundo o SIM: os cortes de 50 por cento na remuneração das horas extra são injustos para oito em cada dez clínicos, que se pudessem deixavam de realizar trabalho suplementar.
Como o Orçamento do Estado para este ano não anulou os cortes, a quase totalidade dos profissionais inquiridos admitiu avançar para uma greve às horas extra, lamentando que “após as promessas eleitorais de reposição do pagamento do trabalho extraordinário nada tenha acontecido”.
O SIM exige um limite de 200 horas anuais em serviços como urgências ao invés de estarem disponíveis 634 horas por ano, quatro vezes acima do limite de 150 horas extra anuais para a função pública.
Caso os valores não sejam repostos, só 3,2 por cento dos inquiridos é que não vai tomar qualquer medida de protesto.
O conselho nacional do SIM vai reunir-se a 20 de maio, mas até lá os responsáveis querem continuar a negociar o caso com a tutela.
Um especialista em início de carreira (assistente) ganha mais 1,98 euros por cada hora extra em período diurno de dia útil e mais 5,94 euros aos domingos, feriados ou folgas. Para um médico no topo da carreira (assistente graduado sénior), estes valores são de 2,91 e 8,93 euros.
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