A antiga procuradora-geral adjunta do Ministério Público Maria José Morgado entende que a justiça em Portugal precisa de uma reflexão e entende que é necessário procurar um melhoramento constante para que não fique a ideia na opinião pública de que existe uma justiça a duas velocidades.
“Não há, diretamente, agora, se as pessoas têm recursos podem evidentemente prolongar o tempo de duração dos processos, os recursos e exceder-se no contraditório admissível”, disse, negando que exista uma justiça para ricos e outra para pobres.
Em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF, a antiga magistrada recusou prestar esclarecimentos ou comentários sobre o Processo Marquês mas lá foi dizendo que “há um elefante na sala”.
“Não querendo entrar em detalhes processuais da Operação Marquês, há um elefante na sala”, disse Maria José Morgado.
A antiga procuradora sustentou ainda ser necessário olhar com atenção para as necessidades de prevenção e investigação de crimes de corrupção.
“A corrupção hoje é instrumento de criminalidade organizada em todo o Mundo”, referiu Morgado, sustentando que “há aí muita gente disposta a comprar decisores públicos com muito dinheiro”.
“As redes criminosas fazem dois, três, quatro milhões de euros por semana”, avisou a antiga procuradora, criticando ainda a forma como se tem legislado.
“A legislação tem sido uma máquina de fabricar imbróglios na justiça”, lamentou Maria José Morgado.
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