A greve dos guardas prisionais, que começou na sexta-feira e terminou hoje, teve uma adesão a nível nacional de 75 por cento, segundo o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, que faz um balanço “muito positivo” desta paralisação.
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, através do seu presidente, Jorge Alves, destacou, em declarações à Lusa, os números da adesão, “tendo em conta o despacho ameaçador do diretor-geral de punir disciplinarmente os guardas”.
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) considerou que esta greve não cumpria os requisitos legais, podendo os profissionais ser alvo de faltas injustificadas. A DGRSP sustenta que não foi cumprida a antecedência mínima de 10 dias úteis exigidos (…) pela Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas”.
Jorge Alves admitiu que o sindicato pensou que o despacho do diretor da DGRSP, Rómulo Augusto Mateus, enviado a todos os diretores das cadeias, “assustaria mais o pessoal do que assustou”, mas que os “75 por cento de adesão à greve a nível nacional” demonstram o contrário.
Além dos números da adesão, o sindicato faz um balanço “muito positivo” desta greve pelo facto de os “reflexos negativos” do plenário de sábado terem sido “muito poucos”, sabendo que “alguns diretores poderão não ter informado a tempo os reclusos por causa das visitas”.
O sindicato convocou para o último sábado plenários nos 49 estabelecimentos do país, inviabilizando que os reclusos pudessem receber visitas de familiares e amigos nesse dia.
“Tirando dois casos no Estabelecimento Prisional de Lisboa e [na prisão de] Caldas da Rainha, uma situação em Odemira – mas aí foi a própria diretora que interrompeu o plenário dos guardas não os deixando continuar – (…) o mais complicado terá sido nas Caldas da Rainha onde [os reclusos] pegaram fogo a um caixote do lixo, no último sábado”, contou.
De acordo com Jorge Alves, “no domingo e hoje de manhã correu tudo normalmente, os reclusos tiveram a visita que normalmente têm ao domingo”.
“Não temos qualquer registo de problemas nos estabelecimentos, mesmo com o pessoal a aderir da forma como aderiu a esta greve”, disse.
A greve, convocada em protesto contra o congelamento das carreiras e sistema de avaliação, entre outras matérias, teve início às 16:00 de sexta-feira e terminou pelas 09:00 de hoje.
Na sexta-feira, dezenas de guardas prisionais concentraram-se diante do Ministério da Justiça numa vigília que assinalou o começo da greve.
Para esta greve não foram decretados serviços mínimos.
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