Longas filas nos bancos, poucas pessoas nos comércios e dificuldades de transporte é o que enfrentam hoje os venezuelanos que retomaram as atividades depois do apagão que durante quase uma semana paralisou o país, constatou a agência lusa em Caracas.
A energia, cortada na quinta-feira passada, foi restabelecida na quase totalidade, mas registando subidas e descidas de voltagem, o que dificulta o funcionamento dos ares condicionados, por exemplo, e tem obrigado a população a manter os equipamentos desligados usando apenas os prioritários.
Os bancos reabriram as portas, entre eles o Banco Plaza, propriedade de portugueses, cujos serviços através da web foram restabelecidos. No entanto, os clientes queixam-se de que vários balcões do estatal Banco de Venezuela estavam encerrados apesar do anúncio de que a banca pública e privada funcionaria em horário especial, entre as 09:00 e as 14:00 horas locais.
São visíveis filas de pessoas também junto das caixas automáticos (multibanco) a tentar conseguir dinheiro, apesar da pouca disponibilidade de notas em circulação.
No leste de Caracas, as padarias e supermercados estavam abertas, mas nem todos os cartões de débito funcionavam, o que originava algumas filas junto das caixas de pagamento.
Alguns estabelecimentos estavam a receber, avisando com letreiros, apenas “dinheiro (bolívares) em cash ou dólares”, a moeda norte-americana.
Por outro lado, eram ainda visíveis várias estações de serviço abertas, mas com poucos carros, uma imagem que contrastou com o registado durante o apagão, que obrigou muitas a fechar, fez faltar os combustíveis e formar grandes filas à espera para abastecer.
O Metropolitano de Caracas retomou parcialmente o serviço, mas tem originado queixas dos passageiros, devido ao congestionamento, à lentidão nas operações e a falta de ar condicionado nas carruagens.
Várias estações do Metropolitano permanecem encerradas e foram colocados autocarros para transportar os passageiros entre as que funcionavam.
A situação dificultou ainda mais o transporte, num país que tem centenas de viaturas paralisadas por faltas de peças de reposição e em que a população tem que recorrer às “perreras” (camionetas de caixa), camiões de carga e outros para poder deslocar-se.
A água continua a ser muito procurada pela população, que se queixa de que começa a chegar mas em pouca quantidade, já que o apagão danificou as bombas elétricas deixando muitos edifícios incapacitados de bombear para os apartamentos dos andares mais elevados.
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