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Governo diz que tentativas de golpe de Estado em São Tomé denunciadas por Patrice Trovoada são forjadas

O ministro da Defesa e Ordem Interna são-tomense, Óscar Sousa, afirmou hoje que as duas tentativas de golpe de Estado, denunciadas em junho e agosto pelo anterior Governo, liderado por Patrice Trovoada, são “forjadas”, prometendo “desmontá-los” brevemente.

“Há uma situação de dois golpes de Estado, em junho e agosto, forjados e eu vou desmontá-los. Não houve nenhuma tentativa de golpe de Estado”, disse hoje Óscar Sousa, durante o debate parlamentar sobre o estado da Nação.

O governante, que entrou em diálogo direto com o seu antecessor, Arlindo Ramos, atualmente deputado do Ação Democrática Independente (ADI), lembrou que o país tem “um problema em mãos” por causa dos espanhóis que estavam presos sobre a alegada tentativa de agosto passado, e que foram libertados no mês passado, encontrando-se atualmente sob termo de identidade e residência.

Em relação a este caso, é necessário encontrar “uma solução pela via diplomática, judicial ou política”, alertou o ministro.

“Conduziram mal o processo e eu vou anular tudo”, garantiu Óscar Sousa, lamentado a situação de alguns oficiais do exército implicados neste processo que “estão suspensos há quatro meses”.

Óscar Sousa, tenente-coronel na reserva, revelou que em abril o Ministério da Defesa já “sabia” que este alegado golpe iria ter lugar e que tudo teria sido preparado com a cumplicidade do próprio ministro da Defesa do anterior executivo, liderado por Patrice Trovoada (ADI).

O governante sustetou que, ao assumir funções, chamou a si a responsabilidade deste caso, mas lamentou: “O original do processo desapareceu”.

Óscar Sousa anunciou o início, na terça-feira passada, de uma operação denominada ‘São Tomé Poderoso’, que visa o desmantelamento e recolha das armas que estavam na posse da guarda do ex-primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

“Existiam 90 homens especiais que foram preparados e outro 90 que estavam a mando direto do ex-primeiro-ministro”, explicou o ministro da Defesa e Ordem Interna.

Algumas armas recolhidas já foram entregues às Forças Armadas, revelou o ministro, que disse que ainda há armamento por encontrar, afirmando espera “contar com a colaboração dos que chefiaram esse grupo”.

Segundo o responsável, a operação ‘São Tomé Poderoso’ termina no dia 17 de janeiro.

O ex-ministro Arlindo Ramos não confirmou nem desmentiu as declarações de Óscar Sousa, disse não temer “nada” e afirmou-se “sereno e tranquilo”, justificando as suas decisões com “o interesse do Estado”.

Em agosto, o Governo são-tomense, então liderado por Patrice Trovoada, garantiu ter impedido “uma ação terrorista que visava o sequestro do Presidente da República, do presidente da Assembleia Nacional e a eliminação física do primeiro-ministro e chefe do governo”, numa “operação em que foram detidos três indivíduos de nacionalidade espanhola e dois cidadãos nacionais”, que foram libertados no final do mês passado.

Em 08 de novembro, o Ministério Píblico são-tomense (MP) acusou 20 arguidos de crimes de alteração do Estado de Direito, atentado contra o Presidente da República, associação criminosa, posse de armas proibidas, engenhos e substâncias explosivas e contrafação de moedas.

Em junho, o então Governo são-tomense anunciou que foram detidos Gaudêncio Costa, antigo ministro da Agricultura e deputado do principal partido da oposição, e um sargento das Forças Armadas, Ajax Managem, por suspeita de envolvimento numa “tentativa de subversão da ordem constitucional”.

Patrice Trovoada disse então que o objetivo do grupo que queria “interromper o funcionamento regular da ordem constitucional” era assassiná-lo num ato público e que estariam envolvidas pessoas que “já desempenharam altos cargos no país”.

“Tivemos que agir no sentido de travar um plano que visava numa primeira fase a eliminação física do primeiro-ministro numa cerimónia pública efetuada por um ‘sniper’ ajudado por outro elemento”, para “criar condições para que depois o acesso ao poder de um grupo político fosse mais facilitado”, acusou o então chefe do Governo.

Lusa

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