Funcionários públicos de Seul podem fazer uma sesta durante a tarde

Na capital da Coreia do Sul, os funcionários públicos vão poder fazer uma sesta durante o expediente. Para aumentar a produtividade, Seul autorizou um descanso que pode ir até uma hora. Os trabalhadores que queiram ‘dormir em serviço’ terão de entrar mais cedo ou sair mais tarde.

As piadas sobre os funcionários públicos que dormem a meio do trabalho vão ter uma verdadeira justificação na capital da Coreia do Sul: em Seul, os trabalhadores vão poder tirar uma sesta de uma hora, já a partir de 1 de agosto.

A medida não é obrigatória: cabe a cada funcionário decidir se, após o almoço, quer descansar uma hora. Se quiser tirar uma sesta, terá de o fazer entre as 13h00 e as 18h00.

Descansar até 60 minutos não significa um alívio no horário de trabalho, pois quem quiser tirar uma sesta terá de a compensar: ou entrando mais cedo ao serviço, ou ficando até mais tarde.

A sesta só é ‘legalizada’ porque permite aumentar a produtividade de quem trabalha.

“Alguns exemplos pioneiros de dar aos funcionários a possibilidade de dormir durante o verão mostraram um resultado mais produtivo do que sem ele”, salientou Kiu Sik Bae, investigador do Instituto Coreano do Trabalho, citado pela BBC Brasil.

“Muitos estudos de saúde mostram que fazer uma sesta à tarde ajuda os trabalhadores a melhorar o desempenho e estimular a criatividade”, reforçou o The Korean Times.

Por outro lado, o funcionário não poderá fazer uma soneca apenas porque lhe apetece. Tem de pedir autorização ao superior hierárquico, logo no início do expediente, e aguardar pela devida autorização.

A vantagem é que “os funcionários poderão usar salas e outros espaços para descansar”, como salientou um porta-voz do município de Seul.

A medida surge no país que tem a terceira maior carga horária de entre os membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE): em média, os sul-coreanos trabalham 2092 horas por ano.

O objetivo é aumentar a produtividade, que na Coreia do Sul atinge apenas os 66 por cento da média da OCDE.

Várias empresas privadas (como a Nike e a Google) permitem que os trabalhadores tirem uma sesta, um hábito cultural de países (como Espanha) e regiões (como o Alentejo) onde o calor, conjugado com o período de digestão, provoca uma diminuição da concentração.