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FMI prevê forte recuperação económica de Moçambique em 2020

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Moçambique tenha uma forte recuperação económica em 2020 com uma inflação baixa, anunciou a missão técnica do fundo ao terminar uma visita ao país.

“As perspetivas para 2020 são de uma forte recuperação da atividade económica e de uma inflação baixa”, referiu Ricardo Velloso, chefe de missão que visitou Maputo desde dia 06, mantendo reuniões com o Presidente da República, governador do banco central, ministro da Economia e Finanças e outros membros do Governo.

Os números do FMI apontam para um crescimento do PIB de 5,5 por cento em 2020 face a 2,1 por cento previstos para este ano e a inflação deverá “permanecer baixa”, apesar de subir para 5 por cento no próximo ano em relação a 3 por cento, previsão para final de 2019.

Há um mês, no lançamento do relatório ‘World Economic Outlook’, o fundo previa um crescimento de 1,8 por cento do PIB para 2019, uma aceleração para 6 por cento em 2020 e para 11,5 por cento em 2024.

A dinâmica económica do próximo ano será suportada “pelos esforços de reconstrução pós-ciclones” Idai e Kenneth, que no início deste ano atingiram o país, por uma recuperação na agricultura e pelo estímulo económico de um relaxamento gradual adicional das condições monetárias”, se bem que de forma cautelosa, notou Ricardo Velloso.

O Banco de Moçambique “tem espaço” para continuar a descer a taxa de juro de referência, mas “há uma série de riscos”, nomeadamente o rumo da política fiscal, os efeitos da guerra comercial internacional e as dúvidas sobre o acordo de paz entre Governo e oposição.

Apesar de o processo de pacificação estar a avançar, “não se sabe se vai continuar a caminhar bem”, referiu.

Outros motores da economia em 2020 serão, segundo o FMI, a regularização dos pagamentos internos em atraso aos fornecedores e os megaprojetos de gás natural liquefeito, que deverão dinamizar “o setor da construção e outras atividades”.

A missão do FMI reafirma outras recomendações já feitas em contactos anteriores: regularizar défice primário até 2022, fazer despesas sociais bem direcionadas e disciplinar o financiamento apoiando-o em donativos externos e empréstimos altamente concessionais, tendo em conta a sustentabilidade da dívida.

O FMI prevê que a dívida pública de Moçambique suba este ano para 108,8 por cento do PIB, mantendo-se acima dos 100 por cento do PIB até 2023.

O fundo realça também a reestruturação da dívida soberana (‘eurobonds’) concluída em outubro, considerando-a “globalmente em conformidade com o cenário base na análise de sustentabilidade”.

Ainda assim, acrescenta que “uma consolidação fiscal gradual e o êxito da estratégia do Governo para assegurar a redução da dívida junto de credores privados internacionais continuam a ser essenciais para a sustentabilidade da dívida pública”.

O FMI saúda ainda a intenção do Governo de guardar uma parte do imposto sobre mais-valias arrecadado este ano (880 milhões de dólares), com a venda da Área 1 de exploração de gás natural da Anadarko/Occidental à Total, num fundo soberano embrionário.

Lusa

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Etiquetas: ÁfricaMoçambique

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