O concelho da Figueira da Foz eliminou desde janeiro 130 ninhos de vespas velutinas, na maioria localizados nas maiores freguesias urbanas, Buarcos e São Julião e Tavarede, que têm uma grande área rural, foi hoje anunciado.
O mês de setembro foi aquele em que o Serviço Municipal de Proteção Civil da Figueira da Foz (SMPCFF) registou o maior número de casos, 45, anunciou hoje a autarquia, que recorreu a um fundo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas para financiar as operações de eliminação dos ninhos, criado especificamente para esse efeito.
“Os casos reportados têm vindo a aumentar. Contudo, alguns acabam por ser falso alarme, tratando-se apenas de ninhos de vespas europeias”, refere a autarquia figueirense, adiantando que “a tarefa de destruição dos ninhos está a cargo dos Sapadores Florestais, cuja capacidade de resposta, é, em média, de um dia após comunicação dos munícipes”.
A autarquia adquiriu, entretanto, uma espingarda de paintball, que é utilizada apenas quando a operação dispensa a utilização de varas. “Através do uso da espingarda é possível introduzir no ninho bolas com um inseticida cujos efeitos se prolongam por seis meses. Assim, as vespas que sobrevivem ao ataque químico e regressam ao ninho acabam por morrer”, refere a autarquia em nota divulgada hoje.
Segundo a contabilidade dos Serviços de Proteção Civil, em Buarcos e São Julião foram destruídos 22 ninhos e em Tavarede 18. Já na zona rural foram destruídos 57 ninhos, 17 na freguesia de Ferreira-a-Nova, 16 em Alhadas, e 24 em Maiorca e Paião (12 em cada uma).
A vespa velutina é uma espécie asiática característica de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia, sendo a sua existência reportada desde 2011 na região norte de Portugal.
A velutina distingue-se da espécie europeia Vespa crabro pela coloração do abdómen, que é predominantemente de cor preta, ao contrário da europeia, onde prevalece a cor amarela.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tem alertado para os efeitos da presença desta espécie não indígena, sobretudo na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas.
A vespa asiática constitui também uma ameaça para a saúde pública, reagindo modo bastante agressivo quando sem tem os ninhos ameaçados, “incluindo perseguições até algumas centenas de metros”.
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