O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) anunciou hoje um investimento de 25 milhões de dólares (22,3 milhões de euros) nos setores agropecuário, florestal e pesqueiro de São Tomé e Príncipe ao longo dos próximos seis anos.
A verba vai ser colocada à disposição do Programa de Apoio Participativo da Agricultura Comercial (PAPAC) e o financiamento foi anunciado durante a reunião de coordenação do FIDA com os parceiros para o setor da agricultura, pesca e desenvolvimento Rural, realizada hoje na capital são-tomense.
“Nossa ambição é triplicar o custo do PAPAC e levar esse novo projeto a um orçamento de 25 milhões de dólares”, acrescentou Bernard Hein, responsável do FIDA, agência das Nações Unidas com sede em Roma, na capital de São Tomé e Príncipe.
Acrescentou que este financiamento visa “consolidar os resultados” ao nível da produção do cacau, apoios às cooperativas de pimenta e café, para “dar corpo aos resultados alcançados na ilha do Príncipe” e para “diversificar as fileiras para integrar o ananás, a baunilha, algumas culturas alimentares, incluindo a criação de aves domésticas e porcos”.
A reunião de hoje, de coordenação com os parceiros, surge no âmbito da revisão estratégica ‘Fome Zero’ e do Plano Nacional de Investimentos da Segurança Alimentar e Nutricional do Governo são-tomense.
“Temos que avançar, temos que ser criativos e ousados, temos que lutar pela nossa visão de desenvolvimento do país e da nossa agricultura, pescas e desenvolvimento rural, disse, nesta reunião, o ministro Francisco Ramos.
O governante, com a tutela da Agricultura e Pescas, garante que o executivo pretende “reduzir progressivamente as importações”, para as substituir “por produtos locais e alargar a base produtiva através do aumento e diversificação das produções agrícolas, pecuárias e pesqueiras e das exportações”.
O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, que discursou na abertura do evento, pediu a contribuição dos parceiros e quadros técnicos nacionais para encontrarem “uma terapia” para impulsionar a produção agrícola do país.
“Estamos todos aqui como um corpo de médicos a volta do paciente não só para diagnosticar, mas também pare encontrar terapia viável e sustentável”, disse Jorge Bom Jesus, considerando ser necessário “salvar a agricultura, salvar a economia” de São Tomé e Príncipe.
No evento foi apresentado um diagnóstico do setor agrícola, pecuário, pesqueiro e florestal, bem como da situação macroeconómica e social e os grandes eixos de intervenção no setor agropecuário, florestal e das pescas.
“É um exercício que exige mobilização de sinergias, busca das melhores soluções e das melhores práticas”, disse o governante.
O executivo pretende que este encontro se realiza duas vezes por ano e acredita que até ao final da atual legislatura sejam dados “passos seguros” naquilo que considera de “revolução a fazer no setor” agropecuário.
O primeiro-ministro acredita que é possível o país tornar-se cada vez menos dependente do exterior e apelou os participantes deste evento para encontrarem mecanismos que facilitem o escoamento, exportação e internacionalização, ou pelo menos a regionalização, dos produtos nacionais.
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