A crise que se instaurou na Europa e abalou o país está a repercutir-se no número de falências decretadas entre 2007 e 2011, que não pára de aumentar. Nos últimos meses, os tribunais detetaram cerca de 20 falências por dia, número que já está à frente das falências empresarias.
Estes dados já representam 60 por cento no total de falências, mais do que o triplo registado no ano de 2007. Os processos que indicam valores mais baixos (dívidas entre os mil e 9999 euros) foram os que mais cresceram, dado que os que possuem dívidas de maior valor apontam para uma queda de 13,7 por cento.
Segundo a DECO, cada vez mais chegam pedidos de auxílio à instituição, onde cerca de 10 600 famílias se dirigiram durante este ano, mais 55 por cento comparativamente com o ano passado.
Numa entrevista ao jornal ‘Público’, Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado, aponta para um quadro ainda mais negro da situação: “Antevemos que o número de famílias em dificuldades que nos pedem ajuda vai ser cada vez maior, vai crescer muito durante este ano. As perspetivas não são animadoras”.
Estas tendências verificam-se dado que a taxa de desemprego não para de aumentar, como também os cortes salariais e subsídios. Já o custo de vida é cada vez mais alto e os portugueses não têm como suportar o aumento da eletricidade, transportes, combustíveis, o que se traduz na falência de um número cada vez maior de famílias.
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