Eurosondagem prevê vitória do PSD, sem maioria absoluta, com 37,3 por cento, mais sete pontos do que o PS. Passos Coelho vê Sócrates mais perto, para o bem e para o mal. Para o bem, porque a cadeira do primeiro-ministro aproxima-se; para o mal, porque em comparação com a sondagem anterior, Sócrates recupera…
De sondagem em sondagem, é possível perceber as variações do eleitorado e podem tirar-se conclusões, ainda que nenhuma definitiva, sobretudo se compararmos as duas mais recentes auscultações de opinião, da Eurosondagem e da Marktest.
Ambas preveem uma vitória de Passos Coelhos nas eleições antecipadas. No entanto, o mais recente estudo, da Eurosondagem, reduz a vantagem do PSD para escassos sete pontos percentuais, relativamente ao PS.
Segundo este estudo – o primeiro realizado após o anúncio de um hipotético aumento de IVA, que Passos Coelho não afasta –, feita para a SIC, Expresso e Rádio Renascença, os sociais-democratas venceriam com 37,3 por cento, enquanto o PS não supera os 30,4.
O contraste de números nesta comparação de estudos salta à vista: Passos Coelho, que estava perto da maioria absoluta, agora está perto de… José Sócrates. Os 21 por cento que separavam os líderes dos principais partidos ficam agora reduzidos a um terço.
Passos está mais longe da maioria e mais perto de José Sócrates. Mas a verdade é que a vitória lhe ‘pertence’. Acresce que estes números colocam o Presidente da República perante a iminência de ‘obrigar’ a um governo de coligação, que permita estabilidade – algo que a pesquisa da Eusondagem não garante.
De fora desta análise não podem ficar CDS, Bloco de Esquerda e CDU. Sobretudo o partido de Paulo Portas, que poderia servir de alavanca para uma maioria de direita. Os 37,3 por cento dos sociais-democratas, somados aos 10,7 que Paulo Portas consegue, abrem as portas a uma maioria de direita, que está muito próxima.
Sem condições para uma coligação pós-eleitoral com os partidos de esquerda, José Sócrates terá de vencer sozinho, mas a repetição de um governo socialista minoritário (se Sócrates derrotar Passos Coelho) será uma estagnação política.
No barómetro da Eurosondagem, que analisa mensalmente as variações do eleitorado, regista-se um crescimento dos dois principais partidos, em comparação com fevereiro, e uma queda dos restantes partidos.
A CDU consegue 8,4 por cento, enquanto o Bloco de Esquerda não iria além dos 7,7 pontos. São números que revelam um hipotético desvio de eleitorado para o Partido Socialista, numa tentativa de derrotar Passos Coelho.
Na análise à popularidade, Cavaco lidera mas perde. Passos mantém o segundo lugar e também regista uma quebra. Sócrates surge no terceiro lugar, vendo um aumento de popularidade de Jerónimo de Sousa, Paulo Portas e Francisco Louçã.
Conheça os números da Marktest, numa sondagem publicada na semana passada
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