O embaixador de facto dos Estados Unidos em Taiwan reafirmou hoje o compromisso de Washington com a autodefesa da ilha, que se assume como República da China, face às crescentes ameaças por parte de Pequim.
Os EUA consideram qualquer tentativa em determinar o futuro de Taiwan “através de meios não pacíficos” uma ameaça à segurança regional e uma questão de “grande preocupação”, afirmou Brent Christensen, diretor do Instituto dos EUA em Taiwan, que funciona como uma embaixada, apesar de não ter o estatuto.
“Opomo-nos a tentativas unilaterais para mudar o ‘status quo [de Taiwan]”, afirmou.
Pequim considera Taiwan uma província chinesa, e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência.
Taiwan, ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois do Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana.
As ameaças de Pequim têm subido de tom desde a ascensão ao poder, em Taipé, da Presidente Tsai Ing-wen, do Partido Progressivo Democrático (PPD), pró-independência.
Os EUA cortaram os laços formais com Taipé em 1979, e passaram a reconhecer Pequim, mas os dois lados mantêm fortes relações militares e diplomáticas não oficiais.
Essas relações são sustentadas pelo Ato de Relações com Taiwan, aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos em abril de 1979, e que exige que os EUA garantam a Taiwan a sua capacidade de autodefesa.
A política de Washington “não mudou” desde a aprovação daquele Ato, lembrou Christensen, em conferência de imprensa, exemplificando com a recente venda de armamento ao território, avaliada em 330 milhões de dólares (290 milhões de euros).
E garantiu que Washington vai cooperar no sentido de promover valores democráticos comuns e melhorar as relações económicas com a ilha. Isto inclui promover a participação de Taiwan em organizações internacionais, que Pequim tem procurado restringir.
As autoridades chinesas têm ainda pressionado multinacionais, desde o setor da aviação ao têxtil, a designar Taiwan como território chinês nos seus portais oficiais ou material publicitário.
No total, cinco países romperam relações com Taiwan, nos últimos dois anos, e passaram a reconhecer Pequim como o único governo de toda a China.
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